A alegria que estava escrita
Era domingo. As festividades da páscoa haviam acabado, assim como também cessara a alegria de ter Jesus por perto. Tudo tinha sido como um maravilhoso sonho. Agora, porém, restava apenas a saudosa lembrança e a decepção resultante de uma expectativa frustrada. Assim seguiam, abatidos, os dois discípulos que iam para Emaús, uma aldeia que distava de Jerusalém cerca de 17 quilômetros.
Enquanto caminhavam, Jesus se aproximou deles. Convictos de que ainda estava entre os mortos Aquele que já ressuscitara, os discípulos não O reconheceram. Muitas vezes, as convicções de um coração triste se tornam um impedimento à percepção da presença de Deus. E assim, dominados pela tristeza, os discípulos seguiram ao lado Jesus enquanto explicavam a razão do seu desconsolo.
Depois de ouvi-los, Jesus os repreendeu duramente dizendo: “Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lucas 24.25–27).
De modo claro e enfático, Jesus está dizendo que a tristeza e a desilusão dos discípulos provinham do desconhecimento e, consequentemente, da descrença nas Escrituras. Os episódios tristes daquela páscoa não causariam surpresa aos que conhecessem bem o que a respeito do Messias se encontrava em Moisés e nos Profetas. O padecimento do Messias e a Sua vitória sobre a morte ao terceiro dia estavam previstos e explicados nas Escrituras. Por não crédito à Escrituras os discípulos estavam sofrendo desnecessariamente. Os discípulos se assemelhavam a uma pessoas que morre de sede ao pé da fonte.
As Escrituras são um remédio para a nossa tristeza, pois nelas temos a revelação de um Deus fiel, que cumpre Suas promessas e nos envia o socorro eterno por meio do Seu Amado Filho. O Salmista estava certo ao declarar: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos” (Salmo 119.105). A veracidade dessas palavras podem ser ainda mais atestadas se considerarmos que as Escrituras nos levam a Cristo, a luz verdadeira, a eterna luz, “… a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (João 1.9).
Assim, bem faremos se ouvirmos o conselho do profeta… “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Isaías 8.20).