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A crença no que estava escrito

“Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?” (Lucas 24.25–26). O ensino de Jesus dado aos discípulos no caminho de Emaús reforça a certeza de que o conhecimento da Escritura é a base para o conhecimento d’Ele.

A exortação do Senhor a Cleopas e a seu companheiro destaca duas dificuldades com os abatidos viajantes. Primeiro, ao chamá-los de néscios, Jesus diz que eles eram limitados na sua percepção. Segundo, quando os qualifica como tardos de coração, Jesus está afirmando que, internamente, eles eram lentos em abraçar a verdade revelada. A fé salvadora no Filho de Deus não nasce no vazio. Primeiro, a pessoa precisa perceber o testemunho da Lei e dos Profetas; então, tendo como base tal percepção, a pessoa se curva ao que está escrito. A compreensão da Palavra de Deus precede a fé no Filho de Deus.

Pelo modo como Jesus falou, os discípulos não eram totalmente desprovidos de crença na Escritura, no entanto, aparentemente, lutavam com o problema comum da crença seletiva. Por isso, Jesus os repreendeu, porque eles eram lentos “para crer tudo o que os profetas disseram”. A crença seletiva destrói o valor da Escritura, pois submete a Palavra de Deus ao julgamento humano. Quando uma pessoa afirma crer somente em partes da Escritura, está afirmando que seu discernimento particular está acima da própria Escritura, uma vez que a pessoa está decidindo o que, na Bíblia, é válido e o que não o é. Além disso, se a Palavra de Deus fosse composta de uma mistura de verdade e erro, que confiança nós poderíamos ter na Bíblia? Quais partes da Bíblia nós poderíamos abraçar e quais deveríamos desprezar? Quem decidiria o que é fato e o que é ficção? Essa dúvida abala o valor de toda a Escritura, que deve ser abraçada integralmente ou rejeitada completamente. Se, por exemplo, temos alguma dúvida quanto à veracidade de Gênesis 1.1, como estar seguros quanto a João 3.16?

Se queremos conhecer a Jesus, precisamos, certamente, perceber todos os fatos da Escritura, bem como o completo significado deles. É somente assim que uma pessoa inteligente se torna sábia. É desse modo que acontece o encontro entre mente e coração. Contudo, ninguém chega a tal ponto por si mesmo, senão pela iluminação do Espírito Santo, pois o apóstolo Paulo diz em 1 Coríntios 2.14: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Coríntios 2.14). Quando o Espírito de Deus abre os nossos olhos, podemos perceber que “convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória” (Lucas 24.26), afinal, a Escritura diz que a cruz precede a ressurreição; e a humilhação, a exaltação.
Mais um final de semana… mais uma oportunidade de parar e ouvir o Evangelho. Procure um local onde Cristo está sendo cultuado, e a Sua Palavra está sendo fielmente ensinada, afinal, a fé vem por ouvir a Palavra de Cristo.