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Description

Texto de autoria de Fernando Sepe

Viajo a uma velocidade espantosa no espaço. Parece que não mais sou eu que me movimento, mas sim o espaço “passa por mim”, quadro a quadro; e uma distância inexplicável e incontável é vencida em questões de segundos. Quando novamente consigo centrar-me, vejo que estou em uma casa humilde, um pouco escura, com uma lareira acesa e um velho homem sobre ela debruçada. Percebo que esse homem parece retirar algo da lareira. Esforço-me um pouco e vejo ser uma lâmina incandescente. Finalmente o homem percebe que eu estou próximo e me saúda com um singelo “oi”.

Diz, que estava me esperando, que ele me mostraria uma coisa, algo importante. Começa a martelar a lâmina tentando dar a ela um formato reto, firme, etc. Enquanto vai fazendo isso, começa a cantarolar uma canção. Finalmente termina, fundi a lâmina com um belo cabo dourado e uma bonita espada está formada...

... O velho em pura luz converteu-se e quando vi, o mais belo guerreiro estava a minha frente. Deve ser um Pai Ogum, pensei! E realmente o era.

Primeiramente deu-me a espada e disse, que enquanto o meu coração brilhasse, a minha espada seria invencível pois a Justiça a guiaria.

Disse-me ainda, que apenas a mão do amor pode utilizá-la com sabedoria.

O Escudo também foi me dado. Com ele me protegeria dos ataques externos, contrários a trilha da minha senda. Mas ele tinha um significado maior e lembrava-me, que internamente é onde mora os verdadeiros perigos e contra esses, o escudo não teria força alguma.

Por fim, o mais surpreendente. O caminho luminoso a minha frente sumiu e transformou-se numa bela lança com uma ponta que brilhava como uma linda estrela. Essa lança entrou diretamente em meu peito e lá ficou alojada. Era o caminho reto da Lei. Era a senda de luz que eu teria que trilhar. Ela estava marcada em meu coração e por ela eu viveria eternamente.