Listen

Description

Novamente colocamos os Scicasters numa SciNuca de Bico! Dessa vez eles vão jogar sinuca na Idade Média… Isso aí, esse é nosso primeiro SciNuca de Bico com a equipe de história!



3. Nos ajude via Pix também, chave: contato@scicast.com.br ou acesse o QRcode:

Sua pequena contribuição ajuda o Portal Deviante a continuar divulgando Ciência!


Contatos:

Fale conosco! E não esqueça de deixar o seu comentário na postagem desse episódio!



Expediente:

Produção Geral: Tarik Fernandes e André Trapani

Equipe de Gravação: André Trapani, Marcelo de Matos, Luis Filipe Herdy, Maria Oliveira, Matheus Silveira, Roberto Spinelli, Willian Spengler.

Citação ABNT: Scicast #669: SciNuca de Bico: Idade Média. Locução: André Trapani,  Marcelo de Matos, Luis Filipe Herdy, Maria Oliveira, Matheus Silveira, Roberto Spinelli, Willian Spengler. [S.l.] Portal Deviante, 23/11/2025. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-674

Imagem de capa: 


Mande perguntas para o SciNuca:

https://forms.gle/hhUy8Li6oR3vC3iY7



Cenários do episódio:

Cena 1

As tendas se alinham ao redor da praça estreita, cercada por casas altas de pedra, algumas com pequenas janelas de vidro irregular que refletem o sol fraco. Sob um toldo vermelho, artesãos examinam rolos de lã vinda do outro lado do mar, discutindo preços em voz baixa enquanto um oficial da corporação local confere pesos e selos de qualidade. Um grupo de homens com mantos longos, falando com sotaque estrangeiro, negocia com um cambista que empilha moedas de diferentes cidades, escolhendo cuidadosamente as mais confiáveis.

Um cheiro forte de massa vem de uma barraca onde uma mulher vende pastelões recheados, servidos ainda quentes em folhas de pergaminho reaproveitado. Perto dali, dois comerciantes conversam irritados sobre o atraso na chegada dos navios — e sobre como a produção dos teares da cidade não pode parar por falta de matéria-prima. Enquanto isso, guardas municipais observam a movimentação, cada um armado apenas com lanças curtas.

Cena 2

O sol ainda nem rompeu totalmente o nevoeiro quando homens se movem na margem lamacenta do rio. Dois barcos longos, de fundo chato, repousam meio erguidos na areia, enquanto grupos misturados de guerreiros loiros ajustam escudos pintados ao longo das bordas.

Perto dali, um artesão verifica fileiras de pequenas lâminas metálicas que balançam como escamas presas a um colete de couro. Um guerreiro testa um elmo arredondado, sem qualquer nasal protetora, e o ajusta com uma tira simples.

Antes de embarcarem, alguns deixam oferendas diante de pequenos ídolos de madeira, escurecidos pela fumaça, enquanto outros negociam sacos de peles e potes de mel com mercadores que chegaram ao amanhecer. Ouve-se alguém comentar que, se o rio estiver favorável, alcançarão em pouco tempo a rota que leva “ao grande mar do sul, onde os gregos governam”.

Os barcos já começam a ser empurrados para a água, e o coro de vozes nórdicas e eslavas toma conta da margem quando o primeiro casco desliza no rio.

Cena 3

O vento frio vindo do canal faz tremular os estandartes com símbolos dourados, enquanto guerreiros vindos do continente se equipam ao redor das fogueiras. Os cavaleiros, montando grandes cavalos de guerra, prendem suas cotas de malha longas e ajustam os capacetes cônicos com nasal. Um deles reclama do peso da lança, mas garante que ela será essencial para romper a muralha de escudos dos defensores da ilha

Perto das tendas, os arqueiros testam seus arcos, enquanto soldados de infantaria comem pão duro, cebolas e carne salgada, esfregando gordura nos escudos de madeira para evitar que as lâminas inimigas se prendam. Um oficial comenta que, ao amanhecer, precisarão conduzir ataques repetidos até que o rei inimigo desfaça sua linha pesada naquela colina.

Numa tenda maior, o comandante revisa um mapa simples do terreno, lembrando aos homens que a cavalaria deve avançar em ondas, recuar se necessário e atrair os defensores para fora da formação. Ao final, todos fazem o sinal da cruz, enquanto um clérigo pede proteção “nesta luta contra aqueles que tomaram o trono de nosso duque”.

Cena 4

O salão de madeira escurecida está cheio, mas silencioso. À frente, um grupo de homens de mantos pesados — barões de grandes domínios — observa enquanto um cavaleiro, ainda com sua cota de malha descendo quase até os joelhos, permanece de pé.

Sobre a mesa central repousam dois pergaminhos selados com cera vermelha. Um deles é erguido por um dos barões, que cita trechos a respeito de “liberdades garantidas”. Outro menciona que Sua Majestade não ignora tais compromissos.

O cavaleiro tenta justificar-se, mas a atenção do salão está focada na disputa entre os nobres, que discutem deveres feudais, direitos locais e se a conduta dele infringiu aquilo que fora acordado “entre o rei e o reino”.

Enquanto as tochas crepitam, um escriba prepara-se para registrar o veredito, derretendo mais cera para um novo selo que será afixado ao documento final.

Cena 5

O calor da forja ilumina o interior do galpão de madeira, onde um ferreiro gira lentamente três barras estreitas de metal incandescente antes de torcê-las umas sobre as outras. Um jovem observa em silêncio enquanto o mestre martela o conjunto, formando padrões ondulados que começam a surgir na lâmina.

Pendurados na parede estão elmos arredondados, sem viseiras, ao lado de escudos circulares de madeira. Não há selas altas nem esporas — apenas arreios simples, usados para viagens curtas.

Do lado de fora, dois homens deixam pequenos talismãs de madeira diante de um poste esculpido, murmurando pedidos de proteção para a expedição que farão ao oeste. Um visitante menciona ter vindo “da terra dos francos”, trazendo novidades de senhores que buscam boas lâminas para presentear seus guerreiros.