Nesse episódio do Papo Lendário, Leonardo Mitocôndria, Nilda Alcarinquë, e Juliano Yamada conversam sobre o elfo Fëanor.
Conheça o elfo Feanor, o criador das Silmarils. Entenda como essas pedras foram criadas e todos os problemas que isso causou.
Ouça sobre o primeiro massacre entre elfos.
Veja o porquê Melkor é o Senhor das Fofocas.
-- EQUIPE --
Pauta, edição: Leonardo Mitôcondria
Locução da abertura: Ira Croft
Host: Leonardo Mitôcondria
Participante: Juliano Yamada, Nilda Alcarinquë
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-- Agradecimentos aos Apoiadores --
Adriano Gomes Carreira
Alan Franco
Alexandre Iombriller Chagas
Aline Aparecida Matias
Ana Lúcia Merege Correia
Anderson Zaniratti
André Victor Dias dos Santos
Antunes Thiago
Bruno Gouvea Santos
Clecius Alexandre Duran
Domenica Mendes
Eder Cardoso Santana
Edmilson Zeferino da Silva
Everson
Everton Gouveia
Gabriele Tschá
Hamilton Lemos de Abreu Torres
Higgor Vioto
Jeankamke
Jonathan Souza de Oliveira
José Eduardo de Oliveira Silva
Leila Pereira Minetto
Lindonil Rodrigues dos Reis
Maira Oliveira Santos
Mariana Lima
Mateus Seenem Tavares
Mayra
Nilda Alcarinquë
Paulo Diovani Goncalves
Patricia Ussyk
Petronio de Tilio Neto
Rafael Resca
Rafa Mello
Talita Kelly Martinez
-- Transcrição realizada por Amanda Barreiro (@manda_barreiro) --
[00:00:00]
[Vinheta de abertura]: Você está ouvindo Papo Lendário, podcast de mitologias do projeto Mitografias. Quer conhecer sobre mitos, lendas, folclore e muito mais? Acesse: mitografias.com.br.
[Trilha sonora]
Leonardo: Muito bem, ouvinte. Em mais um episódio do Papo Lendário sobre a mitologia tolkeniana, eu estou aqui com o Yamada...
Juliano Yamada: Olá, vocês.
Leonardo: ... e com a Nilda.
Nilda: Olá, olá.
Leonardo: A gente já falou sobre algumas obras, sobre algumas raças, sobre conceitos, mas acho que esse vai ser o primeiro episódio que faremos sobre um personagem específico da Terra Média. No caso, é sobre o elfo Fëanor. É um tema que a gente já tinha prometido, já tinham pedido e a gente estava enrolando aí para fazer. Então finalmente fizemos o episódio sobre o Fëanor.
Nilda: Querendo ou não, a gente já falou um pouco sobre ele tanto no nosso episódio 112, sobre a Canção de Eru, a gente já estava mencionando-o um pouco, e tem os episódios 126, que é O Despertar dos Elfos, e o Papo Lendário 162, que é sobre Beren e Lúthien. Acabou falando sobre a origem dos elfos, como eles se dividem e tal, e no Beren e Lúthien é uma das consequências da história do Fëanor. Apesar que tem consequência na história dele que aparece até no Senhor dos Anéis, coisas e consequências da vida dele, do que ele fez e da principal obra dele, que foram as Silmarils.
Juliano Yamada: Para se ter uma ideia, o Fëanor influenciou tanto que até pode-se dizer que a ideia da fabricação dos anéis surgiu indiretamente dele. Celebrimbor foi aprendiz dele. Ele foi quem fez os três grandes anéis dos elfos.
Leonardo: Vamos localizar, antes de entrar nos detalhes do Fëanor, onde e quando que ele se encontra, principalmente porque é um elfo, então o quando deve ser algo bem extenso. Na cronologia desse mundo, quando ele teria vivido?
Nilda: Ele nasceu antes do início da chamada Primeira Era e viveu um pouco no começo da chamada Primeira Era, sendo que, na contagem do tempo, a Primeira Era seria a primeira era após o surgimento do sol e da lua. Ele é mais velho que o sol e a lua também. Ele participou desse evento do surgimento do sol e da lua. Não participação direta dele, mas tem a ver com as guerras e com toda a vida dele. Aliás, é uma das coisas que foi difícil de fazer a pauta, porque boa parte da história do Fëanor se coloca com a história de todos os outros elfos, de todos os Valar e Maiar, que são os seres angelicais que tem - acabam se envolvendo nisso. Então, por exemplo, quando você pega a história dele para contar, no meio da história, você tem a história do Melkor, você tem a história de outros valar se entremeando ali junto, porque é um período muito longo e é um período em que ele estava ali. Mas, só começando, apresentando o Fëanor, ele era um príncipe dos Noldor. Os Noldor são uma das etnias élficas, é a etnia que normalmente tem o cabelo preto, e o nome Noldor quer dizer artífice, artesões. A maioria dos Noldors era artesã e artista de primeira linha, é uma coisa muito típica deles, que eles cultivavam muito. Ele era o filho mais velho e chamado filho mais amado de Finwë, que é o rei dos Noldor. Quando os elfos saíram do que é o que a gente chama da Terra Média e Beleriand, que também é um trecho da Terra Média que depois afundou, o Finwë é o que liderou os Noldor nessa caminhada e que chegou a Aman, que é a terra onde moram os Valar, esses seres angelicais. Lá esses elfos criaram, fundaram várias cidades, dependendo da etnia, ou até mesmo sendo da mesma etnia, mas porque faziam coisas diferentes, então eles fundaram várias cidades, e ele nasceu na cidade em que morava a maioria dos Noldor, que é a cidade de Tirion, que é uma cidade lá em Aman. Então ele é um dos primeiros e um dos principais elfos nascidos nessa terra dos Valar. E ele seria o herdeiro do Finwë, só que a gente não pode esquecer que os elfos não costumam morrer e lá nessa terra de Aman é que eles não teriam motivo para morrer, porque é uma terra de paz, tranquilidade, estão protegidos pelos Valar, então não deveria haver morte lá. Mas de qualquer jeito ele é um príncipe dessa coisa. E o nome dele, Fëanor - o original é Fëanor Curufinwë -, é hábil espírito de fogo. Ele era tão intenso, uma pessoa tão intensa, que pegou tanta energia, que a mãe dele, quando pariu, quando deu à luz a ele, deu toda a energia para ele nessa luz e o corpo dela praticamente morreu. O corpo dela parecia dormir, desfaleceu e entrou em um coma. O espírito dela foi parar nos salões de Mandos, que é onde o espírito dos elfos vai para se recuperar após uma morte, aí o pai dele foi criá-lo sozinho pelo menos por um bom tempo.
Leonardo: Você mostrou o nascimento dele, então, naquele episódio onde a gente fala da origem dos elfos, a gente fala que teve alguns ali que acordaram; ele não foi um desses, que você mostrou que teve o nascimento dele, mas sabe-se dizer em qual geração seria? Seria o segundo, terceiro, coisa assim?
Juliano Yamada: Se não me engano, ele é da primeira geração dos nascidos, não dos acordados.
Leonardo: Então o Finwë seria um dos que acordou e ele seria filho dele. Seria isso?
Juliano Yamada: É, o Finwë é um do que acordaram, pelo que eu lembro. Mas isso é bem comentado, não é uma certeza, porque o Tolkien nunca escreveu exatamente se o Finwë era da primeira geração dos acordados. Mas também nunca disse que não era.
Nilda: O Finwë, se não é da primeira, é da segunda geração. Se não é dos acordados, é da primeira geração, provavelmente. Para quem não sabe, antes dos Valar irem para essa terra chamada Aman, que é uma terra que eles criaram, é uma terra que inclusive é cercada, não toda, mas boa parte dela, por altas montanhas, os Valar moraram onde é a Terra Média, onde é chamado Beleriand também, e eles fizeram umas lanternas para iluminar o mundo e o Melkor foi lá e quebrou tudo. Aí eles criaram essa outra terra e ficaram de olho quando os elfos despertarem para poderem levar os elfos para essa terra protegida. O Fëanor nasceu depois. As lâmpadas foram quebradas acho que antes do despertar. A terra de Valinor era uma terra iluminada por duas árvores, uma árvore de flores douradas e uma árvore de flores prateadas, e dessas flores escorria ou um orvalho prateado ou uma luz dourada, que era armazenada. A Yavanna e a Varda armazenavam essa luz que escorria. Você vê, é uma coisa meio mágica: uma luz que escorre.
Leonardo: A gente mostrou que época que ele viveu, mas e para o leitor ali, onde encontra a informação dele?
Nilda: A história do Fëanor está publicada totalmente no Silmarillion. Silmariollion é um livro dividido em várias histórias, então começa com o Ainulindalë, que é a criação do mundo e do universo; o Valaquenta, que é a guerra dos Valar, que é essa história que a gente falou das lâmpadas que foram quebradas e tal, que é quando eles chegaram na Terra; aí depois começa o Silmarillion, que é a saga das Silmarils, que são essas histórias todas ligadas ao Fëanor. A gente já chega ao que são as Silmarils. Mas, antes disso, a gente precisa contar que o pai do Fëanor casou de novo com uma moça, com a Indis. Era uma elfa de outra etnia e ela teve dois filhos, o Fingolfin e o Finarfin. E esse casamento... não tem publicado isso no Silmarillion, mas quem lê as outras obras de Tolkien (inint) [00:08:52]. Fala que tem textos específicos falando sobre uma controvérsia, porque teoricamente os elfos não se separam, se divorciariam. Tecnicamente, a Míriel - que é a primeira esposa - não estava morta, ela estava em coma, mas aí ele quer casar com outra elfa, e casa e tem filhos. Então ele está divorciado ou não está divorciado? O que aconteceu com isso? Se ele é casado com duas elfas... parece que teve até reunião entre os Valar para decidir esse status, e foi quando se confirmou que o espírito dela estava nos salões de Mandos, então foi considerado como uma separação por causa da viuvez. Se tanto a Indis quanto o Finwë falecessem, seria casamento da Indis com o Finwë; não seria mais casado com a Míriel, que é a mãe do Fëanor. Então tem todo esse lance, porque o Tolkien era muito católico, então ele colocar uma coisa dessas... sabe? Ele coloca na obra que os elfos nunca morrem, que eles sempre ficam juntos. Aí de repente tem, nessa história especificamente, isso de um elfo que se casa novamente. O Fëanor passa a ter uma madrasta, que é a Indis, e dois meios-irmãos, que são o Fingolfin e o Finarfin. E ele não gosta da madrasta de jeito nenhum, eles não se dão bem, ele não gosta dos irmãos, sendo que, a partir de um certo momento, ele fica viajando por toda a Valinor,