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RPG Next apresenta... Crônicas de Damocles - Episódio 04 - Guilhermina.

 

   ATENÇÃO: Esse podcast é recomendado para maiores de 14 anos.

 

Bem vindos às Crônicas de Damocles, uma série de aventuras gravadas que se passa no mundo de Damocles:O início, um mundo de aventura onde a fantasia e a ficção científica se misturam.

 

 

 
 

Crônicas de Damocles: Episódio 4 - Guilhermina

 
Narrador:

Bem vindos a mais um episódio das crônicas de Damocles. Neste episódio acompanharemos o último episódio, por enquanto, com o Cascadura de Bragança. Nesse episódio teremos uma história de amor e vingança, de heroísmo e vilania, e da inacreditável sorte de Gusmão.

Gusmão:

Som! (ruídos de cacofonia de músicas misturadas com estática) Som! Som? Droga, acho que o sistema de som quebrou. (Gritando) Dona Maria! A senhora está aqui?

Maria:

Aqui senhor Gusmão. O senhor precisa d alguma coisa?

Gusmão:

Perdoe-me Dona Maria, mas o som ambiente parou de funcionar novamente. A senhora mexeu nele?

Maria:

O senhor sabe que eu não mexo nas suas coisas dos milagres senhor Gusmão.

Gusmão:

Tudo bem dona Maria. Algum recado? A caixa de mensagens também não anda muito boa ultimamente...

Maria:

O Tenente, quer dizer, capitão Caio mandou avisar que vai hoje à noite à apresentação no Cabaré. O senhor não devia ir a esses lugares senhor Gusmão... O senhor é uma figura respeitável...

Gusmão:

Bobagens Dona Maria. Lá é um lugar tranquilo. A senhora pode me trazer aqueles remédios que o doutor Tadeu me indicou? Estou com um pouco de dores nas costas.

Maria:

O senhor deveria orar para Atala. A deusa das curas nunca desampara os fiéis.

Gusmão:

O doutor é bem intencionado. E, pelo que sei trabalha com os alquimistas de Tuliéres.

(som de explosão)

Espere! O que foi isso?

Narrador:

Gusmão se lança correndo para a porta. Que, ao se abrir, revela uma cena triste. No corredor que leva até a sua casa um grupo de pessoas encontra-se acuado no chão. No centro desse corredor, uma grande onda de fogo está contida numa esfera azul que emana da parede Onymariana. Os sistemas de contenção de fogo da cidade ainda estão, felizmente atuantes. A esfera azul se mantem por alguns instantes, circunscrevendo um inferno de chamas, que em poucos instantes, sem oxigênio começa a encolher. A esfera então vai reduzindo de tamanho rapidamente, levando consigo o calor e fazendo com que a energia da explosão seja absorvida pelas paredes Onymarianas que brilham, mais limpas do que nunca. (efeitos de campo de força)

Gusmão:

(sons de multidão)

O que houve aqui?

Transeunte 1

Foi um daqueles fanáticos!

Gusmão:

Os olhos de Plutônium?

Transeunte 1

Creio que sim. Ele gritou antes de se explodir: “Por Koltron”

Gusmão:

Era um koltrano?

Transeunte 1

Não pude ver senhor. Foi tudo muito rápido. Graças a Onymar! As paredes invencíveis nos salvaram.

Narrador:

Gusmão segue apressado para a sede da guarda imperial. A explosão tão próxima de sua casa o deixou preocupado. Alguns koltranos têm sido vistos portando bombas em Bragança, protestando contra as condições de escravidão de seus pares. Os koltranos são os inimigos antigos dos humanos, e são, alguns, escravizados em terras humanas. Acontecendo o mesmo com os humanos nas terras koltranas. É claro que existem em todos os lugares Humanos e koltranos livres. Mas o descontentamento principal que acontece em Bragança é pelo fato de o rei Pedro ter abolido a escravidão humana, mas não ter conseguido abolir a koltrana apesar de seus esforços. Gusmão chega à sede da guarda real. (som de portas se abrindo) Uma vez lá, pode ver um soldado cantando para uma mulher. É recebido por esse soldado. O soldado 496...

TRECHO GRAVADO DO 496

 

Caio

Bem vindo Gusmão. Que bom que você veio. Vamos, entre.

Gusmão

Por que me chamou aqui?

Caio

Vou ser franco Gusmão, desde que você prendeu o Moita há alguns anos atrás, a Família desapareceu. Nós pensamos que eles teriam desistido de suas atividades. Como se algo tivesse acontecido para que esses criminosos desaparecessem. Eu pensei que você, provavelmente teria algo à ver com isso. Mas você nunca me falou nada. O que acontece é que recentemente alguns necromantes vieram à Bragança. E, com eles, as atividades criminosas da família parecem ter voltado.

Gusmão

Eu não entendo. Os necromantes não são legalizados e liberados pelo estado? Eles não prestam serviços que, de certa forma, diminuem a necessidade da escravidão?

Caio

Sim. E é esse o problema. Eles são poderosos demais, são entranhados no sistema, e, com as políticas do Rei Pedro, da emancipação de todos os escravos humanos, acabaram por se tornarem meio essenciais. Você sabia que alguns nobres estão usando servos esqueletos cobertos com uma resina plástica? Eles se parecem, ao longe, com seres humanos normais, mas são, na verdade os servos mortos vivos dos necromantes que, com essa cobertura, passam despercebidos.

Gusmão

E qual é o problema disso? Pelo menos não temos de olhar para esqueletos animados fazendo os trabalhos da cidade.

Caio

Sim. Mas eu estou lhe falando isso por um outro motivo. Os assassinatos.

Gusmão

Que assassinatos?

Caio

Eu pretendia encontrá-lo no cabaré hoje à noite, mas já que veio aqui vou lhe contar. Há três dias foi morto o senhor Miguel Navere. As testemunhas falaram que um homem estranho, que não falava nada, veio encontrá-lo no cabaré. E o espetou com uma espada antes que quaisquer pessoas pudessem fazer o que quer que fosse. Mesmo os seguranças de Navere. Esses o atacaram, mas, apesar de ter sido perfurado por espadas, e, até por armas de fogo, daquelas dos piratas, ele continuou andando e saiu. Matando outros que ficaram em seu caminho. Ah. Não havia sangue, exceto o de Navere.

Gusmão

E você acha então que pode ter sido um desses esqueletos cobertos.

Caio

É o que eu imagino. Mas não temos provas.

Gusmão

E o que quer que eu faça?

Caio

Hoje à noite vai haver a apresentação de Guilhermina, a nova dançarina no cabaré. O irmão de Miguel, Thiago, vai estar lá. Tememos que possa ser atacado também.

Gusmão

Quer que eu fique de guarda-costas dele?

Caio

Claro que não! Isso seria um desperdício de recursos preciosos. Queremos que converse com o irmão dele. E tente descobrir se ele tem algum inimigo entre os necromantes.

Gusmão

Você havia falado em assassinatos...

Caio

Sim. Navere não foi o primeiro. Encontramos outros nobres assassinados, mas ele foi o primeiro dos recentes crimes cujo assassino foi visto.

Gusmão

Entendo. Vou ver o que posso fazer. Mas preciso aproveitar da oportunidade para avisá-lo. Creio que voltaremos a ter problemas com os olhos de Plutônium. Hoje antes de vir para cá, houve uma explosão que foi contida pelas paredes Onymarianas, e, felizmente, só feriu o atacante.

Caio

Os koltranos são estranhos. Aqui lhes entregamos todos os tipos de liberdades. E o Rei é totalmente justo com eles. Mas, ainda assim eles se acham superiores a nós e querem a nossa destruição.

Gusmão

Sim. E, é uma pena que isso aconteça. Não fossem esses ataques, creio que o rei teria conseguido a libertação dos escravos koltranos também. Vou indo então Capitão. Vou ver se consigo resolver isso.

Narrador

Gusmão sai da sala da guarda, despedindo-se do soldado que contava mais uma de suas histórias para a moça que o acompanhava. Enquanto anda pelos corredores de Bragança, nosso herói vai tentando traçar um plano de ação. Quando afugentou o Fuinha há tantos anos, ele sabia que algum outro grupo tomaria o lugar da família. Claro que não foi fácil afugentar todos. O próprio fuinha saiu naquele mesmo dia e nunca mais foi visto em Bragança. Mas o desmantelamento da organização criminosa tomou um tempo considerável de Gusmão e do, então, tenente Caio. Foram anos de trabalho, trabalho árduo. E tudo isso pode ter sido posto a perder. Gusmão ainda não sabe, mas o mal está sempre presente, e, se manifesta das mais diversas formas. Agora se faz necessário se preparar. Rapidamente nosso herói se dirige para sua casa. A missão dessa noite no Cabaré será diferente das habituais. Tudo indica que ele terá de se valer de sua astúcia ao invés de sua perícia de batalha. Dentre as coisas que separa para levar, Gusmão traz sua espada, pois ele, como portador da gema da ordem terceira do Paço Real Bragantino, tem o direito de portar armas onde for, mesmo no interior da cidade e prédios do governo, à exceção da presença do próprio rei. Traz também sua lanterna ancestral. Não sabe se precisará sair da cidade. Leva sua armadura leve de couro, não a de Rur, de melhor qualidade, mas a de couro batido, que fica bem por sob a roupa. A roupa ele veste seu antigo traje de festas, que consiste numa camisa folgada de mangas fofas e espalhafatosas. As calças são apertadas, mas, Gusmão as mandara preparar anos antes, com um tecido chamado “sintético” Palavra dos antigos, que, embora não fosse como as vestes ancestrais com sua proteção quase impenetrável, apresentava flexibilidade e alguma resistência a danos. Não era exatamente uma armadura, mas teria de servir. Nos bolsos da calça guardou alguns sóis dourados, pois sabe que as coisas no cabaré são caras, e num bolso oculto da camisa, quase que numa escolha ao acaso colocou além da luz ancestral uma poção de cura de Atala. Pronto para a noite resolveu aproveitar o resto da tarde para dormir um pouco. Afinal, uma longa noite o esperava.

(ruído de despertador)

Gusmão

Droga, espero não ter perdido a hora.

Narrador

Gusmão se levanta, já vestido e aprumado, dirigindo-se ao cabaré.(sons de pessoas andando em chão de metal e conversas de cidade) Conforme segue pelos corredores da grandiosa cidade vai pensando em que estratégia seguir para melhor abordar o assunto com Navere. O capitão falara de assassinatos. Seria bom se ele soubesse de antemão mais sobre isso. Mas,