Há hoje menos pessoas internadas que ontem em Portugal. Os números do dia trouxeram essa boa notícia, mas as novas infecções continuam acima das 30 mil diárias. Isto quer dizer que a incidência do vírus está ainda imparável e também que, por muito que a variante ómicron seja mais contagiosa do que agressiva, a incerteza permanece grande.
Para mais, e quando alguns países na Europa, como Itália, Alemanha ou França, voltam a apertar as regras, particularmente contra os não-vacinados, surgem indícios de novas variantes, incluindo uma Deltacrón, que resulta de uma conjugação genética da Delta com a Ómicron.
Perante tal cenário, é ou não é possível falar-se da passagem de uma situação de pandemia a endemia que ocorre, entre outros fatores, quando uma doença passa a ter um padrão relativamente estável?
É a pergunta de partida para os convidados desta emissão: a médica infecciologista pediátrica do Hospital D.Estefânia, Maria João Brito, o Investigador do Departamento de Doenças Infecciosas do Instituto Ricardo Jorge, João Paulo Gomes, o médico Nuno Jacinto, também presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, e ainda o médico especialista em epidemiologia, Henrique Barros, também presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.