Por Gabriel de Santa Maria Madalena. . . . .
A Caridade é essencial na vida sobrenatural. A tal ponto que a sua presença ou a sua ausência é questão de vida ou morte. Quem não tem Caridade, também não possui a graça santificante, pois ambas são inseparáveis.
Diz São João, em sua primeira carta: "Aquele que não ama, permanece na morte". Pelo contrário, quem possui a Caridade, possui a graça, e então participa da vida de Deus: "quem permanece no amor, permanece em Deus, e Deus nele". E como ensina Santo Tomás, "a Caridade une de tal maneira o afeto do homem a Deus, que o homem já não vive para si mesmo, mas para Deus".
Três são as virtudes teologais infundidas em nós junto com a graça santificante: a Fé, a Esperança e a Caridade. As três têm por objetivo a Deus mesmo, mas destas três a maior é a Caridade, como lembra São Paulo em sua primeira carta aos coríntios. Ela é maior, porque sem Caridade não pode existir vida cristã; maior porque a Caridade jamais desaparecerá, visto ser a força unitiva que nos une a Deus, pois é uma participação daquela Caridade infinita que é o próprio Deus. Por isso, ao fariseu que lhe perguntava qual era o primeiro mandamento da lei, Jesus respondeu: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e com toda a tua alma, com todo o teu espírito. Este é o maior e o primeiro mandamento".
Quando a Caridade for perfeita em nós, nos manterá plenamente unidos a Deus, e orientará para Ele todas as nossas atividades. Porque na medida em que uma alma é dominada pela Caridade, nessa medida atinge a maturidade da vida sobrenatural. Quanto maior ou menor for a Caridade, tanto maior ou menor será a santidade.