Por Joseph Schrijvers.
Não se pertencer mais a si mesmo. Pertencer inteiramente a Cristo, deixá-lo conduzir sua criatura como ele bem entender, contentando-se unicamente em amá-lo. Que existência feliz!
Colaborar na obra de Cristo. Ver-se encarregado por Jesus de cuidar de seus interesses. Combinar com Ele os meios de arrancar da morte espiritual tantas almas imortais. Que ideal sedutor!
Mergulhar a todo instante no oceano sem fundo da Divindade. Sentir-se infinitamente distante das bagatelas que absorvem a atividade dos homens: que paz deliciosa, que encanto imperturbável!
Ser admitido na divina familiaridade de Jesus. Partilhar das suas alegrias, e fazer com que ele participe das nossas penas. Compensá-lo, com a nossa ternura, pela ingratidão dos homens. Que sorte invejável para as almas sensíveis, para os corações que amam.
Senhor, eu quero pertencer ao número destas almas felizes. Quero esgotar todas as forças do meu ser em vos amar. Quero esquecer de mim mesmo e ir convosco para a conquista das almas.
Todos nós podemos transformar esse sonho em realidade. Basta nos voltarmos para Deus a cada instante, por um ato de amor, e oferecer a Ele o nosso próprio ser, que dele recebemos.
Deus é o nosso princípio. Foi Ele que nos criou e nos conserva existindo. Ele concorre para cada um dos nossos atos. Ele age a todo instante, em todas as nossas faculdades, em cada um dos nossos sentidos e em cada uma das células que compõem o nosso corpo.
A ação divina penetra todos os nossos pensamentos e afetos, as nossas impressões, sentimentos e atos; sustenta todas as criaturas, coopera no movimento de cada um dos milhões de seres que povoam o universo.
Abandonemo-nos sem temor à sua Providência. Submetamo-nos, por amor, a esta Vontade soberana, da qual ninguém pode se esquivar. . Nisto consiste a santidade.