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A humildade é uma virtude tão agradável, que Jesus derrama toda a abundância de suas graças sobre a alma humilde. Esforça-te, então, por aumentar em teu coração um grande desejo de humildade.

Para ser humilde, a alma deve, antes de tudo, se apreciar em seu justo valor. Assim fazendo, terá a humildade de espírito. Nesse sentido, dizia Santa Teresa: "A humildade é a verdade".

Ver-se tal como se é diante de Deus em toda a extensão de sua vida, com toda a malícia da vontade e todos os germes do mal que a nossa natureza oculta. Ver ao mesmo tempo, sem atribuir a si mesmo, todo o bem que Deus depositou em nós, todas as graças que nos concedeu, todas as qualidades naturais com as quais nos gratificou. Eis o primeiro elemento da humildade, ou seja, a humildade do entendimento.

Depois, a tua vontade aceita, ratifica e ama esse juízo. A alma se acha bem, ao se sentir tão pequena e infinitamente miserável diante de Deus. Regozija-se por se apresentar a essa bondade infinita a ocasião de preencher tal abismo. É a humildade da vontade.

Enfim, a alma deseja se considerar e ser considerada pelos outros conforme o conhecimento que tem de si mesma. Como ela nada é, e nada tem de si mesma, não se crê digna de alguma estima, não exige dos outros nenhuma atenção, nem deferências especiais. Ela se crê sempre tratada com atenções que não merece.

Por consequência, ela toma a seu encargo tudo o que é difícil e penoso. Não sendo nada e nada possuindo por si mesma, não é possível que uma criatura lhe seja inferior em merecimentos.

Por Joseph Schrivers.