Quem está repleto do Espírito Santo, fala várias línguas. As várias línguas são os vários testemunhos sobre Cristo: a humildade, a pobreza, a paciência, a obediência. Falamos estas línguas, quando os outros as enxergam em nós mesmos. A palavra é viva, quando são as obras que falam.
Que cessem os discursos. Falem as ações. Estamos saturados de palavras, mas vazios de ações. Por este motivo, o Senhor nos amaldiçoa, como amaldiçoou a figueira, em que não encontrou frutos, mas apenas folhas.
Os apóstolos falavam conforme o Santo Espírito os inspirava, como lemos no Ato dos Apóstolos. Feliz de quem fala conforme o Espírito Santo lhe inspira, e não conforme suas ideias.
Falemos conforme a linguagem que o Espírito Santo nos conceder e peçamos a Ele, humildemente e devotamente, que derrame sobre nós a sua graça, a fim de podermos celebrar o dia de Pentecostes com a perfeição dos cinco sentidos e na observância do Decálogo. Que sejamos repletos de um profundo espírito de contrição e nos inflamemos com essas línguas de fogo, que são os louvores divinos. Desse modo, ardentes e iluminados pelos esplendores da santidade, mereceremos ver o Deus Uno e Trino.
Por Santo Antônio de Pádua.