Por Antônio Royo Marín.
A glória de Deus! Eis aqui o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim de toda a criação. A própria encarnação do Verbo e a redenção do gênero humano não têm outra finalidade última, senão a glória de Deus. Diz São Paulo, na primeira Carta aos Coríntios: "Quando tudo lhe estiver submetido, então o próprio Filho se submeterá ao Pai, para que Deus seja tudo em todos". Por isso, o Apóstolo nos exorta a não dar um só passo que não esteja direcionado para a glória de Deus. Diz ele: "Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus". É que, em última análise, fomos predestinados em Cristo unicamente para nos transformar em um perpétuo louvor de glória à Santíssima Trindade. Diz o mesmo Apóstolo na Carta aos Efésios: Em Cristo, Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, e nos predestinou para a adoção como filhos, para o louvor e glória de sua graça.
Absolutamente tudo deve se subordinar a essa suprema finalidade. A própria salvação ou santificação jamais pode se converter em fim último. Deve-se desejá-la e trabalhar sem descanso para sua obtenção. Mas, apenas porque Deus o quer, porque ele quis se glorificar nos fazendo felizes; porque nossa própria felicidade consiste apenas no eterno louvor à glória da Santíssima Trindade.
Essa é a finalidade última e absoluta de toda a vida cristã. Na prática, a alma que aspira santificar-se deve colocar os olhos na glória de Deus, como alvo e fim para o qual direciona todas as suas forças e desejos. Essa é a atitude de todos os santos.