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Por Gabriel de Santa Maria Madalena.

Para chegar à santidade, é importante que nossa adequação à vontade de Deus seja total. Portanto, é necessário que não haja na alma a menor discordância com a vontade divina e que nas suas ações ela seja unicamente movida por essa vontade.

O motor de todas as nossas ações é sempre o amor. Mas esse amor pode ser amor por nós mesmos, amor pelas criaturas ou amor por Deus. Enquanto existir na alma qualquer coisa contrária à divina vontade, ou seja, qualquer apego desordenado ao próprio eu ou às criaturas, nossa vontade muitas vezes acabará agindo não por amor a Deus, mas pelo desejo da satisfação própria ou pelo amor desordenado pelas criaturas. Assim, andará fora da vontade de Deus. Não só o pecado, mas também a mais pequena imperfeição consciente ou apego deliberado são contrários à vontade de Deus e impedem a alma de agir movida unicamente pela divina vontade.

Pelo contrário, quando a alma não tem nenhum apego e, totalmente livre do seu amor próprio e do amor pelas criaturas, se apega a Deus, então é levada a agir movida pela vontade dele; e vive assim, momento a momento, conforme o beneplácito divino. Essa alma foi transformada, mergulhou a sua vontade na vontade de Deus; de agora em diante está perfeitamente unida ao próprio Deus: isso é a essência e o máximo da santidade.

Ó meu Deus, Vós me fizestes compreender que a Vossa santa vontade é a única coisa necessária, é a minha única riqueza. O que pode existir de mais belo e seguro, de mais perfeito e de mais santo do que fazer a Vossa vontade? Vós me destes uma vontade livre, e não posso usá-la melhor do que em aderir ao Vosso divino querer. Ainda que eu pudesse realizar as maiores obras, as mais belas conquistas, se não coincidissem plenamente com a Vossa divina vontade não teriam valor eterno e estariam, por causa disso, destinadas a perecer. Ao passo que as mais insignificantes ações realizadas segundo a Vossa vontade têm um valor imperecível.