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Meditações no Evangelho de João (66): Sob o Domínio de SatanásUmas das expressões mais terríveis das Escrituras se encontra em João 13:27, que diz: “E, após o bocado, imediatamente, entrou nele Satanás. Então, disse Jesus: O que pretendes fazer, faze-o depressa”. A cerimônia estava terminando, e Jesus vinha tentando fazer com que Judas percebesse quão perigoso era o caminho que ele estava tomando. Judas não reagiu adequadamente aos avisos do SENHOR. Então, quando o discípulo amado perguntou a quem Jesus se referia quando falou da traição, Jesus disse que o traidor seria aquele a quem Ele desse um pedaço de pão molhado em vinho. Então, Jesus fez isso com Judas, e a Escritura diz que, imediatamente, “entrou nele Satanás”. No Evangelho de Lucas 22:3, o autor sagrado diz: “Ora, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze. Este foi entender-se com os principais sacerdotes e os capitães sobre como lhes entregaria a Jesus.” Esse texto diz que, quando Judas acertou o pacto de traição, o que aconteceu antes da última ceia, ele já estava sob a influência de Satanás. Desse modo, quando João 13:27 diz que Satanás entrou em Judas, está mostrando que, a partir daquele ponto, o maligno passou a controlar o coração de Judas de modo mais intenso. Como se diz popularmente, Judas estava brincando com fogo. Ele sabia que seus pensamentos e ações estavam sob forte motivação maligna. Apesar disso, ele não tomou as providências necessárias para fugir do mal, mas seguiu o caminho das trevas, achando que, na hora certa, depois de ter lucrado uma boa quantia, ele, simplesmente, se desvencilharia dos laços do diabo. Somente uma pessoa tola concluiria que pode se aproximar do mal sem ser dominado por ele. A atitude de Judas é semelhante à do jovem filho do rei Salomão, para quem foram endereçados os conselhos registrados no livro de Provérbios. Aquele jovem, na sua imaturidade, achava que poderia, por exemplo, deixar-se envolver com o fogo das paixões carnais, sem ser “queimado” por elas. Vendo a tolice do filho, Salomão o exorta com as seguintes palavras: “Tomará alguém fogo no seio, sem que as suas vestes se incendeiem? Ou andará alguém sobre brasas, sem que se queimem os seus pés?” Essas palavras refletem bem o que estava acontecendo com Judas à medida que ele se deixava enganar pelas propostas do tentador. Se Judas, porventura, no planejamento e na execução do seu projeto, tinha alguma ideia de que Jesus não sabia os segredos do seu coração, tal pensamento se desfez no momento em que o SENHOR lhe deu o pedaço de pão. Então, por que Judas não caiu em si, confessou seu pecado e desfez o pacto de traição? A resposta é que Judas já tinha ido longe demais no seu envolvimento com o príncipe das trevas. Por essa razão, ele não tinha mais sensibilidade para perceber o domínio do mal. Na sua primeira epístola, João diz que aquele que “anda nas trevas… não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos” (1Jo 2:11).Ao receber o pedaço de pão, Judas, com os olhos cegos, a consciência cauterizada e o coração endurecido, saiu logo do recinto da última ceia. E, João, de maneira sugestiva, encerra esse relato dizendo: Era noite. As trevas reinavam fora e dentro de Judas.Não existe homem capaz de se envolver com o pecado sem ser dominado por ele. Quando as trevas rondam nossa alma, o melhor que temos a fazer é fugir imediatamente para a luz de Cristo. De contrário, o final será triste, pois Salomão também disse: “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura” (Provérbios 29:1).