Listen

Description

Meditações no Evangelho de João (72): A Verdadeira Paz A história da humanidade está marcada pela incessante busca da paz que, aparentemente, parece cada vez mais inacessível. Infelizmente, a paz adquirida pelo esforço humano é sempre limitada e insegura. E, se, apenas externamente, a busca pela paz se revela um grande desafio, quando pensamos na paz interior, esse alvo parece inatingível.A dificuldade do mundo para alcançar a verdadeira paz reside no fato de ele não se voltar para Deus na sua busca. Por esse motivo, a paz que o mundo oferece é apenas um paliativo. Foi por isso que Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27). Observe que Jesus se apresenta como Aquele que oferece uma paz diferente da que o mundo propõe.O grande problema da humanidade é querer a paz à parte do Príncipe da paz. É por isso que o linguajar do pacifismo do mundo, embora impressionante, carece de substância. O pacifista e ativista político Mahatma Gandhi, por exemplo, costumava dizer: “Não há caminho para a paz, a paz é o caminho”. Essas palavras, que soam poeticamente, na verdade, endeusam a paz como se ela fosse um ser com existência própria. Essa é uma das formas de apresentação da paz do mundo, que, invariavelmente, tende à frustração, pois não leva em conta que a paz é uma realidade que brota do relacionamento pessoal com Cristo.Enquanto se esforça para lidar com os frutos amargos da falta de paz, os homens apenas conseguem perceber os sintomas dos problemas, não sendo capazes de ver as verdadeiras causas. Como notamos nas palavras de Jesus, Ele pode nos dar a Sua paz que, em nada, compara-se com a que o mundo oferece. Em João 14:26, antes de Jesus falar sobre a paz singular que Ele nos concede, Jesus novamente faz menção ao Espírito Santo, dizendo que Ele seria enviado pelo Pai com o propósito de nos ensinar a verdade e trazer à nossa memória aquilo que Jesus ensinou. O SENHOR está, assim, ensinando que Sua paz será fruto do conhecimento da verdade, que será mediada pelo Espírito de Deus. Se olharmos o contexto em que Jesus promete dar a Sua paz aos Seus discípulos, veremos que Eles estavam passando por um momento de severa provação. Como lemos em Lucas 22:53, aquela era a “hora e o poder das trevas”. Isso nos ensina, portanto, que ter a paz de Cristo não significa viver em um mar de rosas. Ao contrário, às vezes, quando alguém decide seguir a Cristo, passará a enfrentar inimigos dentro da sua própria casa (cf. Mateus 10:36). É por isso que, em João 16:23, o SENHOR disse: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33). A paz do mundo, por ser superficial, não resiste aos abalos da vida. A paz de Cristo, ao contrário, não sucumbe diante das provações. A paz dada pelo SENHOR não nos livra da dor, mas nos assegura a vitória em meio a todas as guerras que enfrentarmos. À nossa volta, tudo pode estar se desintegrando, contudo, com os olhos no SENHOR, confiando nas Suas ricas e mui preciosas promessas, temos a certeza de que obteremos a vitória, pois o nosso SENHOR nos assegura: “Tende bom ânimo; eu venci o mundo”.Por essa razão, a Escritura diz: “Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti” (Isaías 26:3). Essa é a paz que enche o coração dos que confiam no SENHOR.