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As Maravilhas do Natal (6): A maravilhosa genealogia do Filho do HomemQuando encontramos, nas Escrituras, longas listas genealógicas, temos a tendência de achar que a Bíblia poderia continuar sendo útil sem que tivéssemos de encarar aquela lista enorme de nomes difíceis de pronunciar. Se pensarmos assim, estaremos errados. Nas genealogias, podemos ver a evidência clara da veracidade e da utilidade das Escrituras para a nossa vida. Afinal, como disse o apóstolo Paulo em 2Timóteo 3:16, “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil…”.  A esse respeito, as duas genealogias de Jesus, uma no Evangelho de Mateus e a outra no Evangelho de Lucas, são um bom exemplo. De modo geral, os judeus davam muita importância às genealogias, pois, por elas, era possível atestar se determinada pessoa pertencia à nação israelita. Além disso, quando alguém se julgava apto para assumir o papel de sacerdote ou de rei, sua árvore genealógica teria que confirmar sua qualificação para tal função.Querendo provar que Jesus era verdadeiramente o prometido Rei dos judeus, Mateus começa seu Evangelho com a genealogia descendente de Cristo, traçando Sua árvore genealógica a partir de Abraão, passando por Davi, e descendo até José, marido de Maria. A lista começa narrando que “Abraão gerou a Isaque; Isaque, a Jacó; Jacó, a Judá e a seus irmãos” (Mateus 1:2). A narração segue esse padrão até que, nos versos 14 e 15, lemos: “Eliúde gerou a Eleazar; Eleazar, a Matã; Matã, a Jacó. E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo” (Mateus 1:15-16). Notaram a mudança no final da citação da genealogia? Jacó gerou a José, mas José foi apenas o “marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo”. José não gerou a Jesus. Maria concebeu milagrosamente por intervenção do Espírito Santo. José era legalmente o pai de Jesus, mas não o era naturalmente.Embora o Filho de Deus, para ser concebido sem o pecado original, não pudesse ser gerado por um pai humano, para que Ele pudesse requerer legitimamente o direito ao vindouro trono de Davi, precisaria ter, como ancestral, um pai que fosse um legítimo descendente de Davi. Esse era o caso de José que descende de Davi por meio de Salomão. Ao narrar os eventos em torno do nascimento de Jesus em Belém, Lucas diz: “José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, para a Judeia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi.” (Lucas 2:4). Sendo, portanto, legalmente reconhecido como filho de José, Jesus estava respaldado para receber todos os benefícios de um filho. Ou seja, o Messias era legalmente um verdadeiro filho de Davi, sem ser, ao mesmo tempo, um descendente natural de um homem da linhagem davídica. O nascimento virginal de Cristo, um problema para muitos, foi, na verdade, a solução divina para que Jesus pudesse ser o herdeiro legal do trono de Davi, mesmo não podendo reivindicar tal posição por meio de prerrogativas genéticas. A encarnação do Verbo é uma prova do que o próprio Jesus afirmara: “A Escritura não pode falhar”. Natal é tempo para curvarmos nossa alma em adoração ao Deus da Sagrada Escritura, que é infalível, fiel e verdadeira. Nunca duvidemos das promessas de Deus. Se, por alguma razão, elas nos parecerem impossíveis, lembremo-nos das palavras do anjo Gabriel à Maria: “Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lucas 1:37).