As Maravilhas do Natal (7): O milagre que vence a maldição Quando conhecemos as “preciosas e mui grandes” (cf. 2Pe 1:4) promessas de Deus, somos confortados com as palavras do anjo Gabriel à Maria: “Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lucas 1:37). Em 2Samuel, capitulo 7, lemos acerca de uma grandiosa promessa do SENHOR feita a Davi. Por meio dessa promessa, Deus assegurou que estenderia por toda a eternidade a dinastia davídica, fazendo isso por meio de um descendente do grande rei de Israel. Contudo, no sexto século antes de Cristo, uma maldição sobre o rei Jeconias, descendente direto de Davi e penúltimo rei a assentar-se no trono antes do exílio, pareceu tornar essa promessa impossível de ser cumprida. Esse rei, que era um elo natural no ramo genealógico que ascendia até Salomão, foi amaldiçoado para não ter filhos que o substituíssem no trono. Em Jeremias 22:30, lemos: “Assim diz o SENHOR: Registrai este como se não tivera filhos; homem que não prosperará nos seus dias, e nenhum dos seus filhos prosperará, para se assentar no trono de Davi e ainda reinar em Judá”. Aqui, parece que a promessa feita a Davi iria cair por terra por causa da maldição proferida contra o perverso rei Jeconias. Se cremos que a Escritura, por ser a Palavra de Deus, não pode falhar, como a promessa feita a Davi se cumpriria, se o próprio Deus, aparentemente, estava dizendo que iria interromper a linhagem da realeza davídica? Esse não seria um caso óbvio de contradição das Escrituras, visto que o próprio Deus parecia desfazer Sua promessa? A solução para esse dilema está no maravilhoso plano do nascimento virginal. Por esse meio, Deus mantém a Sua Palavra de bênção e maldição encontrada na linhagem de Davi. Como sabemos, José era da casa e família de Davi, sendo um ramo na árvore genealógica davídica do qual descendem Salomão e os demais reis de Judá. Se Jesus fosse filho natural de José, Ele não poderia ser o Messias, pois estaria sob a maldição proferida contra Jeconias. Por outro lado, para cumprir as determinações das profecias messiânicas, Jesus precisaria ter direito legal ao trono de Davi. Aqui, somos apresentados à maravilhosa providência divina, que resolve os dilemas que desafiam nossa lógica natural. Jesus, mesmo não sendo filho natural de José, o descendente de Davi, mas sendo um filho adotado, gozava dos mesmos direitos de um filho natural. Além disso, como um bônus da providência divina, ainda devemos levar em conta que Maria, a mãe de Jesus, também era da linhagem davídica, por meio de Natã (Lucas 3:31). O que essa incrível história deve nos trazer à memória enquanto celebramos o Natal? Podemos repetir confiantemente as palavras de Jó: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (Jó 42:2). Natal é tempo de descanso… Descanso nas “preciosas e mui grandes” promessas do nosso Deus fiel. A maldição do pecado se dissipa no plano do amor de Deus, que nos alcança por meio da vinda do Seu Filho!