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As Maravilhas do Natal (14): Como Deus pode se tornar um verdadeiro homem? “Creio em Deus Pai Todo-poderoso, criador do Céu e da Terra, e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria…” Estas são as primeiras palavras do conhecido “Credo dos Apóstolos”, que, ao contrário da crença popular, não é uma oração, mas uma confissão ou declaração de fé. Credo dos apóstolos significa crença dos apóstolos, aquilo em que eles acreditavam. No entanto, embora esse credo seja, de fato, um bom resumo das crenças apostólicas ensinadas no Novo Testamento, fontes históricas confiáveis nos informam que essa declaração de fé foi compilada muitos anos após a era apostólica.  Como afirmado na parte inicial do credo, um cristão que estabelece o edifício da sua fé sobre o fundamento lançado pelos apóstolos tem que acreditar que Jesus Cristo, nosso Senhor, foi concebido pelo poder do Espírito Santo e nasceu da virgem Maria. A crença no nascimento virginal de Jesus é uma marca distintiva e inegociável da verdadeira fé cristã. É impossível ser um cristão sem aceitar que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”, conforme está escrito em João 1:14. Isto é, o cristão crê que, em Jesus, habita, “corporalmente, toda a plenitude da divindade”, como afirma o apóstolo Paulo em Colossenses 2:9. Como isso seria possível? Como o Deus santo poderia se tornar verdadeiro Homem, se todos os homens nascem contaminados pelo pecado, conforme diz Davi no Salmo 51? Como Deus poderia fazer-se Homem e nascer sem pecado? A resposta está no fato de Jesus não ter tido um pai humano. Para que ocorresse a concepção de Jesus, o óvulo de Maria não deveria ser fecundado naturalmente por uma célula reprodutora masculina. A concepção se deu milagrosamente pelo poder do Espírito Santo. Ao ouvir do anjo Gabriel que iria conceber, a reação de Maria foi: “Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” (Lucas 1:34). Maria não estava duvidando, ela queria entender como seria a concepção de Jesus, uma vez que ela, até aquele momento, não tinha tido relação com homem algum. Maria não conhecia outra forma de uma mulher conceber, senão pelos meios naturais. Seu espanto indica que ela não se considerava capaz de realizar por si mesma o milagre que estava sendo anunciado. Então, o anjo Gabriel lhe explicou: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lucas 1:31-33).  Natal é tempo de afirmar nossa crença n’Aquele que “foi concebido pelo poder do Espírito Santo e nasceu da virgem Maria”. Mas não nos esqueçamos de que Ele “sofreu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno, ao terceiro dia ressuscitou dos mortos, subiu ao Céu, está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir julgar os vivos e os mortos”. A primeira vinda de Cristo se cumpriu; a segunda também se cumprirá. Cuidado para não cair no erro de separar arbitrariamente os artigos do “Credo dos Apóstolos”. Ao tempo em que celebramos o nascimento de Cristo, preparemo-nos também para o encontro com Ele.