Meditando nas Escrituras (6): Um Alerta às Portas da Morte Poucas palavras proferidas por uma pessoa na hora da morte podem revelar muito mais do que tudo o que ela tenha dito ao longo da vida. Sempre que ouço ou leio algo dessa natureza, presto bastante atenção, porque entendo que, quando uma pessoa se defronta com a eternidade, ela não tem mais disposição para ocultar os segredos do seu coração. A morte tem o poder de trazer à superfície as bases ocultas sobre as quais apoiamos nossas vidas. Essa é mais uma razão pela qual recomendo, com ênfase, a leitura da Segunda Epístola de Pedro. Essa carta, inspirada pelo Espírito Santo, foi escrita por um homem às portas da morte. Sabemos disso porque o próprio Pedro declara ao escrevê-la: “… [estou] certo de que estou prestes a deixar o meu tabernáculo, como efetivamente nosso Senhor Jesus Cristo me revelou” (2Pedro 1:14).Qual, então, seria a grande preocupação do apóstolo nos seus últimos momentos? Acerca de que ele fala no seu último escrito? Na sua segunda epístola, Pedro traz uma advertência urgente sobre os falsos profetas, que, com doutrinas enganosas e vida moral corrompida, estavam procurando desviar os cristãos da verdade. Para termos uma ideia da natureza do ensino trazido pelos falsos mestres, seria bastante ler 2Pedro 2:1-3, onde está escrito: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme.”A ameaça do engano era real, por isso Pedro se esforça para reavivar na memória dos cristãos a importância da Palavra de Deus. Desse modo, no verso 15 do capítulo primeiro, Pedro declara: “Mas, de minha parte, esforçar-me-ei, diligentemente, por fazer que, a todo tempo, mesmo depois da minha partida, conserveis lembrança de tudo.” Com a morte do apóstolo, os cristãos iriam perder a bênção de poder ser instruídos diretamente por um dos homens que tinham sido testemunhas oculares do poder e da vinda do SENHOR Jesus (cf. 1Pedro 1:15). Tal situação poderia deixar as igrejas ainda mais vulneráveis aos ataques dos falsos profetas, especialmente no que dizia respeito à esperança da segunda vinda de Jesus. Por esse motivo, Pedro exorta os servos de Cristo a que reconheçam o valor das profecias registradas nas Escrituras, as quais, em meio às trevas que nos cercam, devem funcionar como “uma candeia que brilha em lugar tenebroso” (2Pedro 1:19). Sabendo que lhe restavam poucos dias, como um pastor cuidadoso que se preocupa com a segurança do seu rebanho, o apóstolo Pedro o direciona à única fonte segura e eterna, que nos livrará dos enganos presentes e da perdição futura: a Palavra de Deus. “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração.” (2Pedro 1:19)