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Meditando nas Escrituras (33): A esperança das EscriturasLeitura: Salmos 119:49-56Timóteo, pastor na antiga igreja de Éfeso, a quem o apóstolo Paulo chamou de verdadeiro filho na fé, estava bastante desanimado. Enquanto se esforçava para cumprir cabalmente seu ministério, ele sofria grande oposição da parte de pessoas que não tinham temor do SENHOR. Foi por isso que, na segunda epístola escrita a Timóteo, Paulo procurou reanimá-lo com as seguintes palavras: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2Tm 3:12). A perseguição dos que procuram viver em obediência ao SENHOR é uma constante na história humana. Assim sendo, como uma pessoa que teme a Deus pode suportar a perseguição sem perder a esperança? É sobre isso que lemos em Salmos 119:49-56. Aqui, o salmista está sendo rejeitado e perseguido por causa da sua fé em Deus. Apesar disso, ele não entra em desespero. Ao contrário, volta-se para Deus, orando com as seguintes palavras: “Lembra-te da promessa que fizeste ao teu servo, na qual me tens feito esperar” (v. 49). Não há dúvidas de que o salmista esteja debaixo de perseguição severa. Contudo, quando ele considera as promessas da Palavra do SENHOR, encontra forças para seguir. Por isso ele afirma: “O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica” (v. 50).À semelhança do que Paulo disse a Timóteo, lemos em Salmos 119:51 acerca dos soberbos que irão zombar dos servos do SENHOR continuamente. Para o salmista, no entanto, essa zombaria não o afasta de Deus, mas serve apenas para fazê-lo ainda mais apegado à Lei do SENHOR. E, para não sucumbir diante dos ataques à sua fé, ele lança mão da seguinte estratégia: “Lembro-me dos teus juízos de outrora e me conforto, ó Senhor.” Agindo assim, está dizendo que a Palavra do SENHOR tem valor permanente; o que no passado foi escrito continua valendo, pois a verdade de Deus não tem prazo de validade.Vendo como os incrédulos debocham dos preceitos do SENHOR, o salmista fica indignado (v. 53). Foi esse tipo de indignação que fez com que Moisés, ao pé do monte Sinai, quebrasse as Tábuas da Lei, ao ver o povo adorando o bezerro de ouro. Em Êxodo 32:19, lemos que, quando Moisés se aproximou do arraial, “…viu ele o bezerro e as danças; então, acendendo-se-lhe a ira, arrojou das mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte.” Por meio desse gesto, Moisés demonstrou, de modo concreto, aquilo que o povo já havia feito no coração, isto é, quebrado a Lei do SENHOR. À primeira vista, parece que tanto o salmista quanto Moisés tiveram uma reação desproporcional. Porém, se observarmos cuidadosamente, a indignação do salmista foi a reação natural de um coração que sofre ao ver aquilo que ele ama sendo desprezado. No versículo 54, ele declara: “Os teus decretos são motivo dos meus cânticos, na casa da minha peregrinação.” Ou seja, a alegria e o vigor da sua alma brotavam da Palavra de Deus. Sendo assim, como ele poderia suportar passivamente os ataques dos soberbos contra a Palavra do SENHOR? A incredulidade lhe causava grande desconforto e santa indignação.  A estrofe termina, uma vez mais, com o salmista afirmando seu apego à Palavra do SENHOR, a qual, até durante a noite, era motivo das suas meditações (v. 55). Isso porque ele havia decidido guardar os preceitos do SENHOR (v. 56). Tomemos a decisão de ler, meditar, memorizar e obedecer às Escrituras. Nelas, encontramos verdadeira esperança, “pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.” (Romanos 15:4)