Meditando nas Escrituras (37): Aguardando as Promessas do SENHORLeitura: Salmos 119:81-88Ninguém jamais sofreu na carne tanto quanto o SENHOR Jesus Cristo. A cruz era uma sentença de morte planejada para ser a mais dolorosa possível. Contudo, o padecimento físico, embora imenso, não se igualou à dor que Ele sofreu na alma. Dos Seus próprios lábios brotaram o famoso e triste grito: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27:46). Enquanto isso, seus algozes, não satisfeitos com o espetáculo sangrento e humilhante, diziam que o Pai não tinha n’Ele prazer. E, assim, usando as palavras como espadas que despedaçam a alma, zombavam do SENHOR dizendo: “Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem” (Mt 27:43).A exemplo do que aconteceu com Cristo na cruz, Davi, o homem segundo o coração de Deus, também teve suas aflições agravadas pelos soberbos que procuravam destruir sua confiança no SENHOR. Ao escrever o Salmo 3, Davi vivia um dos piores momentos da sua vida, pois estava sendo perseguido pelo próprio filho Absalão. Assim, nos versículos 1 e 2, Davi exclamou: “Senhor, como tem crescido o número dos meus adversários! São numerosos os que se levantam contra mim. São muitos os que dizem de mim: Não há em Deus salvação para ele.” É sobre isso que lemos em Salmos 119: 81-88. A provação estava se prolongando, pois o salmista diz que, enquanto esperava o socorro de Deus, sua alma desfalecia (v. 81). Sem receber a esperada consolação do SENHOR, as lágrimas impediam sua visão (v. 82). No versículo 83, o salmista se compara a um odre na fumaça. O odre era um recipiente feito de pele de animais que servia para guardar vinho. Antes, porém, era ressecado no fogo. O fogo da provação secou o vigor do salmista (v. 83) a tal ponto que ele viu seu dias se abreviando e, por isso, perguntou: “Quantos dias me restam”? (v. 84).Nessa estrofe, vemos que os perseguidores estavam determinados a pôr fim à vida do salmista. Para isso, eles prepararam armadilhas poderosas (v. 85) com as quais, diz o escritor sagrado, “Quase deram cabo de mim, na terra” (87). A despeito da severidade das ameaças, o salmista não abre mão da sua confiança na Palavra de Deus, pois, como ele diz, “são verdadeiros todos os teus mandamentos; eles me perseguem injustamente; ajuda-me” (v. 86).O escritor sagrado estava em grande angústia, e os seus inimigos tornavam ainda maior seu sofrimento. Assim, ele se volta para o SENHOR pedindo livramento, ao mesmo tempo em que faz um compromisso com Deus. No versículo 88, ele conclui a estrofe dizendo: “Vivifica-me, segundo a tua misericórdia, e guardarei os testemunhos oriundos de tua boca.” Jamais deixemos que as blasfêmias dos soberbos destruam nossa confiança na Palavra do SENHOR. As lutas passam, e os inimigos se vão, mas a Palavra do SENHOR permanece eternamente. Apeguemo-nos à Sagrada Escritura, pois o SENHOR Jesus disse: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” (Mateus 24:35).