Meditando nas Escrituras (41): A Indestrutível Confiança na Palavra de DeusLeitura: Salmos 119:113-120 A multiplicação da iniquidade pesa sobre o coração dos que amam a Deus. Por isso, em alguns salmos, Davi, sufocado com a poluição do pecado na sociedade, chega às portas do desespero e grita: “Socorro, SENHOR! Porque já não há homens piedosos; desaparecem os fiéis entre os filhos dos homens. Falam com falsidade uns aos outros, falam com lábios bajuladores e coração fingido” (Salmos 12:1-2). A insistente ação dos ímpios em desacreditar a veracidade da Palavra de Deus é o assunto em Salmos 119:113-120. Nessa estrofe, o salmista revela com clareza a dubiedade que controla o coração dos ímpios. Ao mesmo tempo, ele volta a expressar seu compromisso de seguir a Palavra de Deus sem vacilar. A estrofe começa com uma declaração fortíssima: “Aborreço a duplicidade, porém amo a tua lei” (v. 113) Visto que o salmista é enfático em afirmar sua indisputável lealdade para com a Lei do SENHOR, ele simplesmente não tolera aqueles que não têm tal lealdade para com Deus, em Quem ele se refugia (v. 114). Essa atitude do salmista não significa rejeição para com aqueles que desconhecem a Deus. Na verdade, nessa estrofe, aprendemos que os ímpios a quem o escritor sagrado se refere não são os incrédulos de modo geral. As pessoas que o salmista afasta definitivamente do seu círculo de amigos íntimos são aquelas pessoas que, embora se declarem servos de Deus, não seguem à Palavra de maneira integral. São pessoas de coração dividido quanto ao seu compromisso espiritual. Esses se encaixam bem na descrição que Tiago faz do homem de “ânimo dobre”, que se aproxima de Deus com uma fé vacilante, acerca do qual está escrito que ele não alcançará do SENHOR coisa alguma, pois é “inconstante em todos os seus caminhos” (cf. Tiago 1:5-8). Esses ímpios que o salmista rejeita são pessoas de mente aberta e que, por esse motivo, não se firmam na verdade. E, por não desejarem obedecer à Palavra de Deus, no versículo 115, são chamados de malfeitores. Sem a proteção da verdade, as astúcias dos ímpios, embora bem elaboradas, não passam de engano (v. 118). Por essa razão, diz o salmista, o SENHOR os despreza e rejeita como a escória, que são as sobras inúteis resultantes da fundição dos metais (v. 119). O salmista não consegue se imaginar compartilhando sua vida com pessoas, cuja visão de Deus é absolutamente oposta à sua. Para o escritor sagrado, sua existência depende da segurança, da fidelidade e da esperança que ele encontra na Sagrada Escritura (v. 116). Até mesmo quando ele pede que Deus o proteja, ele o faz mediante uma aliança de fidelidade aos decretos do SENHOR. Assim, no versículo 117, ele diz: “Sustenta-me, e serei salvo e sempre atentarei para os teus decretos.” Os ímpios, na sua incredulidade, revelam insensatez, pois não temem a Deus, mesmo sabendo que, em breve, todos prestaremos contas a Ele (cf. Hebreus 9:27). Ao contrário dos escarnecedores, o salmista, tem consciência de que, de Deus, não se zomba. Desse modo, sabendo que, de acordo com as Escrituras, “o nosso Deus é fogo consumidor" (Hebreus 12:29), ele termina a estrofe dizendo para Deus: “Arrepia-se-me a carne com temor de ti, e temo os teus juízos.” (v. 120).Quando o profeta Elias, no cume do monte Carmelo, enfrentou os falsos profetas de Baal, disse ao povo que os assistia: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos?” (1Reis 18:21). Naquele tempo, o povo dizia temer a Deus, mas continuava oferecendo sacrifícios abomináveis a Baal. Ou seja, queriam “servir a dois senhores”, o que, segundo Jesus, é impossível que se faça. A quem você serve? A Deus ou ao mundo? Ao SENHOR ou à sua tradição? A Cristo ou aos seus próprios desejos? Faça como o salmista: abra mão de toda duplicidade e entregue seu coração a Deus completamente. Leia o Salmo 119 e você terá um bom exemplo de alguém que fez tal compromisso com Deus.