Linha de frente. Quantas vezes você já ouviu essa expressão desde que a pandemia começou? Temos usado para falar de quem está exposto, à frente dos esforços para o combate ao coronavírus, gente que está trabalhando diretamente com a pandemia. De vários jeitos: na saúde, na imprensa, na segurança pública, na higiene e na limpeza. Quando falamos de linha de frente, estamos falando de muita gente. E neste episódio nós vamos conhecer a história de algumas mulheres que puxam o carro nestes trabalhos - mas focamos na área da saúde. É que as mulheres compõem 70% do quadro de profissionais da saúde. Se olharmos para auxiliares e técnicos de enfermagem no Brasil, o número sobe para 84,7%, segundo o Perfil da Enfermagem no Brasil, feito pelo Conselho Federal de Enfermagem e pela Fiocruz. Um trabalho de cuidar dos outros que normalmente já não é fácil, mas agora, no meio de uma epidemia, ganha contornos que evidenciam a relevância, a potência e também as fragilidades destas profissionais. Não bastasse cuidar de tanta gente, ainda têm que cuidar de si mesmas. Na Itália, uma média de 10% dos infectados pelo coronavírus ao longo da duração da pandemia é de profissionais da saúde. Neste episódio, vamos conhecer um pouco da rotina, do trabalho e da vida de algumas destas brasileiras. Dividimos as conversas em quatro: na primeira, uma enfermeira que atua diretamente com os pacientes da COVID-19 no sul do país; depois, uma médica de Minas Gerais que trabalha em uma unidade de saúde e no centro de COVID montado na capital, Belo Horizonte – ela conta o que mudou nas duas frentes; a terceira conversa é com uma fisioterapeuta que está preparando a equipe para receber pacientes como coronavírus em Sergipe, um estado com um número ainda baixo de casos; e a última parte do episódio trazer uma conversa com uma gestora, secretária de saúde de um município no interior do Ceará, que nos ajuda a enxergar os desafios da reorganização de um sistema de saúde e das dinâmicas de assistência para responder a uma emergência.