Um divórcio para cada três casamentos. Estes são os números brasileiros, segundo o IBGE. Em 2018, foram 385.246 divórcios registrados no país – a maioria, mais de 306 mil, concluídos por via judicial. Vale mencionar que divórcios e casamentos têm feito curvas contrárias no gráfico: enquanto a quantidade de uniões diminuiu 2,3% entre 2016 e 2017, a taxa de separações aumentou 8,3% no mesmo período. Divórcio é uma realidade recente, foi legalizado em 1977 no Brasil. Antes disso, havia o desquite, que acabava com os deveres conjugais e terminava com a sociedade conjugal, permitindo a divisão de bens, mas ninguém do casal poderia recomeçar ao lado de outra pessoa formalmente. Foram várias etapas até que a indissolubilidade do casamento, que chegou a ser preceito constitucional, ficasse para trás. E o que vem depois da separação? Hoje, superadas as dificuldades legais, como ficam os obstáculos culturais, sociais, emocionais? Este episódio está à moda antiga, com as convidadas reunidas na mesa; foi gravado antes da pandemia e só iria ao ar depois que atravessássemos este período. Mas diante do crescimento dos rompimentos na quarentena, resolvemos trazer a conversa agora mesmo. A plataforma Divórcio Consensual, que une advogados a pessoas que querem terminar a relação, aponta crescimento de 30% nas solicitações entre março e maio na comparação com o trimestre anterior. O Google também registrou um boom em pesquisas do tipo: “como dar entrada em um divórcio”. Vamos falar sobre isso no Elas com Elas de hoje, que recebe a advogada especialista em direito de família Charmila Rodrigues, a executiva de RH Patrícia Santos, fundadora da EmpregueAfro, e a psicanalista Belinda Mandelbaum, professora de psicologia social da USP e coordenadora do Laboratório da Família, Relações de Gênero e Sexualidade.