Não são números. Cada um dos centenas de milhares de mortos pelo coronavírus no Brasil têm uma história, uma trajetória, uma vida inteira. E deixam para trás famílias, núcleos de amigos, de vizinhos, de colegas de trabalho. As pessoas que ficam sofrem, se enlutam. E considerando quantas pessoas são impactadas por cada morte – os especialistas dizem que pode chegar a 10, os enlutados no Brasil estão na casa do milhão. Estamos lidando com estas perdas coletiva e individualmente. E quando digo coletivo não quero dizer que da mesma maneira. Aliás, nem pelas mesmas pessoas. Ou coisas. Porque os lutos se estendem aos processos, aos vínculos, às dinâmicas sociais, aos empregos, aos projetos, às relações que também terminaram, mudaram, se encerraram. Cada perda, uma elaboração. Neste episódio do Elas com Elas, a gente mergulha neste processo que é difícil, sim, mas talvez fique menos difícil se a gente falar sobre ele.