Aviso: as discussões deste episódio passam por situações de violência sexual que podem ser gatilho para algumas pessoas. Não há descrições de situações de violência, mas há questionamentos sobre a naturalização delas. E é justamente esta naturalização que está no centro do debate No Elas com Elas. Você consegue responder por que alguns crimes geram menos indignação do que outros? Nesta espécie de ranking social do intolerável, o estupro está longe do topo. Pelo contrário, ele está no rol de violências relativizadas, justificadas, toleradas, até. Quem estupra é sempre um outro distante, alguém que tem um desvio, um louco. Não tem a nada a ver comigo. Será? Se estamos todos imersos, desde pequenos, em uma cultura que suaviza a violação dos corpos das mulheres - de algumas mulheres até mais do que outras, que faz piada com o assédio, que ensina que homens e mulheres são diferentes nos direitos, será mesmo que podemos nos distanciar da violência? Tudo isso está nas conversas deste episódio. Você vai notar que a pergunta “o que é a cultura do estupro” aparece várias vezes nas entrevistas. As definições das mulheres que conversaram com o Elas com Elas são complementares e ajudam a definir o caldo cultural e social que faz com que a naturalização da violência sexual seja parte de quem somos coletivamente.