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Hoje o Elas com Elas veste as chuteiras e vai a campo. A Copa do Mundo de Futebol Feminino acaba de terminar e os índices de audiência na televisão, as vendas de camisas e a movimentação nas ruas indicaram uma mobilização nunca antes vista para assistir às mulheres que vestem a camisa da nossa e de outras seleções. A modalidade lutou muito para chegar até aqui. Aliás, demorou até ser reconhecida e permitida como esporte no Brasil. Em 1940, foi inaugurado em São Paulo o Estádio do Pacaembu e foi realizado um jogo feminino. O público indignou-se, foi reclamar até para o presidente Getúlio Vargas, pedindo que aquela performance sem sentido fosse impedida. Em 1941, o futebol feminino, que já não tinha espaço nos clubes e nas ligas oficiais, foi proibido. A rigor, o Conselho Nacional de Desportos decidiu que “as mulheres não deveriam praticar esportes que não fossem adequados a sua natureza”. O futebol foi enquadrado. Mas para não ficar dúvidas, na década de 1960, durante o regime militar, o decreto-lei detalhou ainda mais a restrição. Foi só nos anos de 1970 que a proibição foi revogada, o que não significou uma organização imediata da modalidade. Foram pelo menos mais dez anos para que o futebol para mulheres começasse a ser regulamentado. A primeira Copa do Mundo veio em 1991 e nossa primeira medalha, em 1999, com uma seleção que não teve preparo semelhante a outros grandes times que entraram em campo, mas que deram raça e determinação para voltar para casa premiadas. Para entender como chegamos até aqui e para onde o futebol feminino pode caminhar no Brasil, a apresentadora Gabriela Mayer recebe a ex-goleira da seleção Thaís Picarte, vice-presidente do Siafmsp; a ex-capitã da seleção brasileira Aline Pellegrino, diretora de futebol feminino da Federação Paulista de Futebol; e a antropóloga Daniela Alfonsi, diretora do Museu do Futebol.