Nesta semana, o Elas com Elas fala sobre o acesso a métodos contraceptivos no Brasil. A ONU já elogiou o Brasil pela ampliação do acesso aos métodos para evitar a gravidez e pela mudança de olhar nas políticas públicas relativas ao tema: se antes a contracepção era tratada como assunto ligado ao controle populacional, nas últimas décadas os direitos reprodutivos das mulheres passaram a ser contemplados pelos direitos humanos. Mas os métodos anticoncepcionais ainda falham a chegar às adolescentes periféricas e o resultado é uma taxa acima da média mundial de filhos não planejados. Dados do Fundo de População das Nações Unidas mostram que a taxa de fecundidade adolescente no Brasil passou de 86 para cada 1 mil habitantes em 2000 para 75,6 em 2010. A média mundial é de 48,9 por 1 mil. E as jovens de baixa renda são a maioria a integrar essa estatística. Segundo uma pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, feita entre 2011 e 2012, mais de 55% das brasileiras que tiveram filhos não planejaram a gravidez, porcentual também acima da média do mundo, de 40%. O país não tem meta de planejamento familiar, falha em oferecer principalmente métodos contraceptivos de longa duração e ainda tem políticas fracas no que diz respeito a uma etapa talvez anterior: a educação sexual. Estes são alguns dos assuntos sobre os quais a apresentadora Gabriela Mayer conversou com a médica Albertina Duarte, coordenadora do Programa Saúde da Adolescente da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo; a professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Tânia Lago, autora da pesquisa “Práticas contraceptivas de mulheres jovens: inquérito domiciliar no Município de São Paulo”; a médica ginecologista Dúnia Valle; e a obstetriz Mayara Custódio.