Em agosto de 2018, o CNPQ, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações lançaram um novo edital. Não era qualquer um, a chamada “Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação” representava um investimento de R$ 3 milhões na tentativa de ampliar o interesse e a participação de meninas e mulheres nas áreas de ciências exatas, engenharias e computação no Brasil. A proposta queria também combater a evasão de meninas dos cursos de graduação nessas áreas, concentrada principalmente nos primeiros anos de estudo. O Censo da Educação Superior de 2016 mostrou que as mulheres representam 57,2% dos estudantes matriculados em cursos de graduação no país. Mas os índices das exatas não acompanham esta proporção. O mesmo censo apontou que no curso de engenharia mecânica, por exemplo, a participação feminina está em 10,2%, na engenharia elétrica, 13,1%, e na engenharia civil, 30,3%. O que explica este gap? Os estímulos que meninas e meninos recebem desde criança nas atividades escolares, na formação intelectual, na atuação social e também na educação científica nos trazem até aqui? Para tentar responder estas perguntas, a apresentadora Gabriela Mayer recebe a astrofísica Beatriz Barbuy, professora titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo; a professora de Engenharia de Materiais da FEI Daniella Caluscio; e a professora do Instituto de Matemática e Estatística da USP Luna Lomonaco, primeira mulher a vencer o Prêmio SBM de Matemática, da Sociedade Brasileira de Matemática.