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Imagine essa situação. Chego para a entrevista de emprego e tenho certeza de que não vai ser dessa vez. Na verdade, o que vai ser dessa vez vai ser a queda da minha máscara: vão descobrir que eu não sou qualificada o bastante, que eu não deveria estar nesta entrevista, aliás, eu não deveria nem estar ocupando o meu posto de trabalho atual. Eu falo seis idiomas, sou pós-graduada, leio livros e mais livros, sou articulada, tenho facilidade de me conectar com as pessoas, sou boa em aprender coisas novas, mas não foi por isso que eu cheguei até aqui. Eu estava no lugar certo, na hora certa. Que sorte, né? Na verdade, na maior parte do tempo, eu nem lembro que tenho essas habilidades, meu currículo passa batido por mim mesma. Fico aqui, só esperando o dia em que vão descobrir que sou uma fraude. Enquanto isso, para tentar adiar esse dia, trabalho que nem doida, me desdobro para aprender tudo e, de preferência, faço tudo sozinha. Você já se sentiu assim? Com que frequência você corre para baixo da cama achando que chegou o dia de descobrirem que, no fundo, você não sabe nada? Isso tem nome. É a Síndrome da Impostora. Acontece com homens e com mulheres, mas atinge mais o gênero feminino. E tem consequências. Para continuar no exemplo do trabalho, um estudo interno da Hewlett Packard, mostrou que homens se candidatam a uma vaga quando preenchem 60% dos requisitos. Enquanto as mulheres só se arriscam quando estão beirando os 100%. A síndrome tem a ver com as nossas inseguranças, mas não só. E eu usei aqui o exemplo do trabalho, mas tem muita gente que se sente uma impostora em vários contextos. A Síndrome da Impostora é o tema desta semana do Elas com Elas e para falar sobre isso a apresentadora Gabriela Mayer recebe a escritora, roteirista e podcaster Camila Fremder, a jornalista e atleta amadora Natália Leão e a psicóloga Elisângela Ferreira da Silva.