Há algumas semanas, você ouviu aqui no Elas com Elas uma conversa sobre mulheres nas exatas. Trouxemos à mesa três professoras de cursos de ciências exatas, que falaram por que há mais mulheres do que homens nas carreiras da área – algo que elas acreditam ser construído desde a infância. A conversa sobre as exatas abriu questões sobre a ciência de forma mais ampla. E decidimos trazer à mesa um papo sobre a ciência e a pesquisa no Brasil, com mulheres que atuam em outras áreas – ou diretamente na pesquisa, ou na divulgação e na comunicação dela. Olhamos para os números brasileiros e internacionais e eles coincidem na redução da quantidade de mulheres conforme a pesquisa se aprofunda. O último Censo da Educação Superior, de 2016, mostrou que as mulheres representam 57,2% dos estudantes matriculados em cursos de graduação no país. Um índice um pouco superior à média global, de 53%. Mas esse porcentual cai para 43% quando olhamos para doutorado e 28% quando olhamos especificamente para os números internacionais de pesquisa. O Brasil vai melhor que o resto do mundo e apresenta indicadores mais iguais. 2010 foi um ano importante neste recorte, porque marcou a primeira vez em que os 128 mil pesquisadores registrados no CNPQ, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, estavam igualmente divididos entre homens e mulheres. Na mesma época, a quantidade de mulheres (52%) ultrapassou a de homens (48%) na liderança dos grupos de pesquisa no CNPq. Para falar sobre o que esses números significam na prática e o que isso tem a ver com a nossa vida, a apresentadora Gabriela Mayer conversa com a bióloga Camila Castanho, professora do Departamento de Ciências Ambientais da Unifesp; Bárbara Milan, doutoranda na área de ensino de ciência e matemática com foco em educação científica, na USP; a jornalista Bia Guimarães, mestre em divulgação científica e cultural e apresentadora do Podcast 37 Graus; Sarah Azoubel, doutora em biologia molecular e apresentadora do Podcast 37 Graus; Regina Markus, professora titular do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo.