Listen

Description

Era março de 2014 e um grupo de cerca de 40 mulheres se reuniu em frente a um museu de São Paulo. Juntas, levantaram ou abaixaram a blusa e amamentaram seus bebês. Naquela semana, uma visitante foi repreendida por um segurança do museu por amamentar seu filho em uma exposição. Era julho de 2016 e centenas de mulheres se reuniram na praça de alimentação de um shopping de Florianópolis para amamentar seus filhos e filhas. Naquela semana, um segurança pediu que uma mulher se retirasse da praça de alimentação enquanto ela amamentava e recomendou que ela fosse ao banheiro. Era julho de 2018 e mais de 20 mulheres de juntaram em um terminal de ônibus de Santo André, no ABC Paulista, para amamentar. Naquela semana, uma mulher amamentava o filho enquanto esperava o transporte e foi abordada por agentes públicos que disseram que ela cometia um atentado ao pudor. Era fevereiro de 2019... bom, acho que deu pra entender, né? O tempo passou, mas a situação se repete. Os mamaços públicos realizados como protesto deixam claro que a amamentação ainda não é uma questão superada. O Brasil é o país que mais censura mulheres por amamentarem em público, segundo uma pesquisa global sobre aleitamento. Apesar de haver um consenso por aqui sobre a importância de amamentar (98% das brasileiras disseram acreditar que amamentar é a melhor forma de nutrir um bebê e 64% acham totalmente normal fazê-lo em público), quase metade das mulheres (47,5%) já sofreram preconceito por isso. A apresentadora Gabriela Mayer conversa com a enfermeira obstetra Cinthia Calsinski, a pediatra e neonatologista Tiemi Yoshida e a consultora de aleitamento Mari Dias sobre as questões sociais, culturais e biológicas envolvidas na amamentação.