Não é a primeira vez que este assunto passa pela mesa, mas é a primeira vez que ele vem para o centro do debate. O Elas com Elas, que já falou sobre estresse, hoje abre o leque e olha para a saúde mental das mulheres de forma mais ampla. Você que nos ouve sempre sabe o quanto a carga mental, a violência, o acúmulo de funções e outros elementos estressores já apareceram nas conversas que temos por aqui. Do papo sobre assédio ao episódio sobre criatividade, a saúde mental aparece direta ou transversalmente. A exposição ao machismo, ao sexismo, ao racismo potencializa os estímulos que por si só já seriam suficientes para gerar ansiedade, depressão e outros transtornos mentais. Estigmatizada, a doença mental costuma ficar em uma gaveta, guardadinha, para que ninguém saiba e, portanto, não rotule, não critique, nem desconfie. Porque se o corpo grita, há consenso sobre procurar um médico; mas se o cérebro se esgota, os sinais ganham nome de subjetividades pessoais, de reações individuais, de problemas espirituais. Olhamos para o corpo como uma separação da mente, sem considerar que emoções, pensamentos e sentimentos também adoecem – tudo isso também é corpo, passa pelo corpo, se manifesta no corpo. A pesquisa São Paulo MegaCity, feita por especialistas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulol, olhou para o cenário de saúde mental na capital paulista e encontrou os maiores índices de doenças entre mulheres da periferia. E as explicações, multifatoriais, eram bastante concretas. Motivações individuais e coletivas, que passavam por como é viver em uma megalópole e, mais do que isso, como é ser mulher nesse contexto. Para falar sobre saúde mental, a apresentadora Gabriela Mayer recebe a estrategista de marketing e host do Podcast de 4 Gessica Justino, a escritora e host do Podcast de 4 Clara Averbuck, a psicóloga Fernanda Resende Moreira, especialista em terapia comportamental, e a psicanalista Paula Prates, coordenadora da Rede Inconsciente Real.