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O governo Bolsonaro resistiu à compra de vacinas contra o coronavírus e isso é objeto de investigação na CPI da Covid. Mas tem um imunizante que despertou o interesse do Ministério da Saúde, embora ele tenha muitas desvantagens: a Covaxin, que ainda não tem aprovação da Anvisa para uso no Brasil e é mais cara do que as outras compradas pelo governo federal.

Documentos entregues à CPI da Pandemia apontam que o Brasil comprou a vacina indiana por um preço 1000% mais alto do que era anunciado pela própria fabricante. Após essa revelação, o Ministério Público informou que vê indícios de crime. A suspeita é de superfaturamento no contrato bilionário. Bolsonaro minimizou o fato, dizendo que nenhum dinheiro foi gasto com o imunizante.

Mas como o contrato já foi fechado, o governo empenhou R$ 1,6 bilhão na aquisição de 20 milhões de doses. Isso quer dizer que o dinheiro está reservado e não pode ser usado - em plena crise sanitária!

O contrato para aquisição da Covaxin é cercado por suspeitas. A compra foi intermediada pela Precisa Medicamentos, alvo de investigação pela venda de testes para a covid. E o governo teve pressa na negociação, que durou cerca de três meses. O anúncio da compra, em fevereiro, foi feito antes dos resultados da fase 3 de testes. Além disso, há suspeitas de que a empresa que consta no contrato para receber o pagamento seja de fachada.

Para engrossar o caldo dessa discussão, um deputado, até então governista, disse na semana passada que alertou o presidente Jair Bolsonaro sobre supostas irregularidades no contrato. Luis Miranda afirmou ter provas de que a conversa existiu. O irmão do parlamentar trabalha no setor de importações do Ministério da Saúde e alegou ter sofrido pressão interna para facilitar a negociação.

Na última sexta-feira, os irmãos Miranda foram à CPI da Covid depor e entregaram o nome de Ricardo Barros, líder do governo federal na Câmara dos Deputados. E agora, quais serão os próximos passos para que o caso seja investigado? Sobre esse assunto, a apresentadora Joana Treptow conversou com o jornalista Rodrigo Orengo, repórter da Band em Brasília.

Pare o Mundo que Eu Quero Saber é um podcast do Jornal da Band que tem a proposta de explicar assuntos da atualidade com uma linguagem leve e acessível.

Operação de áudio e sonorização: Erik Narciso Vernizzi
Coordenação e roteirização: Stéfanie Rigamonti
Direção: Andre Basbaum