As Maravilhas do Natal (19): Entendendo a missão do Messias São muitos os que, por interesses pessoais, projetam suas ideias sobre a Pessoa de Deus, fazendo afirmações acerca da natureza do SENHOR que fazem com que Ele se torne mais condescendente com aquilo que agrada ao coração humano. Esse é o mecanismo que muitos utilizam, a fim de que Deus lhes pareça mais conveniente ou menos incômodo. Com esse pensamento, chegam até a desprezar a revelação bíblica, apegando-se às suas próprias conclusões. Essa tendência pode ser observada no modo como alguns falam de vários aspectos do caráter de Deus. Mas o problema se manifesta mais claramente quando as pessoas precisam refletir sobre o necessário equilíbrio entre a bondade e a severidade de Deus.Voltando à cena em que José e Maria levaram o menino Jesus para a apresentação no templo, Lucas relata que, ao contemplar o Salvador prometido, Simeão disse à Maria: “Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações” (Lucas 2:33-35). É importante observar que Simeão afirma que a missão do Messias servirá tanto “para ruína como para levantamento de muitos em Israel”. Que a vinda do Messias teria reflexos positivos em muitas vidas não havia dúvidas. A apresentação de Cristo como a pedra angular sobre a qual muitos iriam edificar suas vidas estava claramente delineada nos escritos do profeta Isaías, pois, no seu livro, lemos: “Portanto, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada; aquele que crer não foge” (Isaías 28:16). Tais palavras aparecem em várias referências bíblicas e combinam com o final do conhecido Sermão do Monte, no qual o próprio Cristo compara a prática dos Seus ensinamentos a uma rocha sobre a qual o homem sábio lança os alicerces do edifício de sua própria vida. Infelizmente, muitos fazem uma leitura seletiva das Escrituras, desconsiderando, por exemplo, que, enquanto muitos se firmariam na Rocha, outros seriam arruinados por Ela. No Evangelho de Lucas, capítulo 20, Jesus profere a parábola dos lavradores maus, na qual o SENHOR denuncia o pecado dos líderes religiosos que desprezaram os mensageiros de Deus e iam matar o próprio Filho de Deus. No final, fazendo a aplicação da parábola, Jesus disse: “Que quer dizer, pois, o que está escrito: A pedra que os construtores rejeitaram, esta veio a ser a principal pedra, angular? Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó” (Lucas 20:17-18). Simeão estava certo ao dizer que a missão do Messias serviria para ruína de muitos. Estamos encerrando nossa série especial de Natal, lembrando, a partir das palavras de Simeão, esse duplo aspecto da missão do Filho de Deus. Para uns, Jesus será a rocha de sustentação; para outros, será rocha de tropeço e destruição. Portanto, vale ressaltar que, quanto a Cristo, não há neutralidade, pois Ele mesmo disse: “Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Lucas 11:23). Assim sendo, concluindo essa série, por favor, pergunte a si mesmo: o que Jesus, realmente, significa para mim?