Meditando nas Escrituras (19): A Doce Pureza da Palavra do SENHORO Salmo 19 foi escrito com propósito especial: magnificar a revelação divina, principalmente, a revelação especial, que nos foi dada por meio da Palavra do SENHOR. Davi usa diferentes termos e comparações pelas quais nos incentiva a valorizar as Escrituras. Assim, em Salmos 19:10, ele diz que os mandamentos do SENHOR_ “são mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.”_ Nesse versículo, é interessante notarmos a ênfase dada no valor e no sabor da Palavra de Deus. O profeta Jeremias viveu numa época em que o povo de Deus estava considerando a Palavra de Deus como insípida. Longe dos retos caminhos, o povo tinha grande aversão aos verdadeiros profetas de Deus. Era um tempo de profundas trevas. Ninguém queria aproveitar a luz da revelação profética a fim de evitar os tropeços naquele tempo tenebroso. Vendo a frieza espiritual da nação, o profeta Jeremias, à semelhança dos demais mensageiros do SENHOR, sofreu terrivelmente por causa da maledicência e da indiferença do povo. Considerando esse difícil contexto, podemos admirar ainda mais as palavras do profeta, em Jeremias 15:16, onde está escrito: “Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos”. O servo de Deus, mesmo em dias amargos, ainda consegue distinguir a doçura que a Lei do SENHOR traz a sua alma. O apóstolo Paulo fala dos olhos do nosso coração (cf. Ef. 1:18), enquanto Davi, à semelhança de Jeremias, fala sobre o paladar da nossa alma. É por esse motivo que, em Salmos 119:103, o escritor sagrado diz: “Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca.” A comunhão com Deus, mediada pelas Escrituras, é o melhor e mais saboroso alimento para nossa alma. Ao dizer que os preceitos do SENHOR “são mais doces do que o mel e o destilar dos favos”, Davi chama nossa atenção não apenas para a doçura da Palavra, mas também para a sua pureza. O mel não perde sua doçura pelo espremer dos favos. Porém, se ele for recolhido simplesmente pelo destilar ou gotejar dos favos, além da doçura, será também significativamente reconhecido pela pureza. A Palavra de Deus é doce e pura. Por isso, o apóstolo Pedro disse: “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação, se é que já tendes a experiência de que o SENHOR é bondoso.” (1Pedro 2:1-3)Na conhecida parábola do filho pródigo, aprendemos que esse filho rebelde, movido pela ilusão do seu coração, terminou comendo as migalhas que sobravam dos porcos, enquanto na casa do seu pai havia fartura de boa comida. Peçamos ao SENHOR que nos dê a graça de ter os olhos do nosso coração sempre iluminados, para que jamais caiamos no erro de alimentar nossa alma com as migalhas insalubres dos pensamentos humanos, desprezando a pura, doce e nutritiva Palavra do SENHOR.