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Meditando nas Escrituras (46): Buscando o Socorro de Deus com Base na Sua PalavraLeitura: Salmos 119:153-160Através dos séculos, desde os primórdios da criação, uma verdade permanece: “… todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Timóteo 3:12). Felizmente, em relação a isso, a Palavra de Deus nos lembra de outra verdade que igualmente perdura desde o princípio e que é enfatizada também pelo apóstolo Paulo: “A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor” (Romanos 12:19).  É, com base nessas verdades, que o autor do Salmo 119 pede ao SENHOR que seja Seu defensor diante de zombaria, perseguição e desprezo dos infiéis. Assim, a estrofe começa com o salmista pedindo que o SENHOR dê atenção ao seu sofrimento (v. 153), julgue sua causa (v. 154), seja Seu advogado diante das falsas acusações que os ímpios estão lançando sobre ele. Quando nos vemos cercados, perseguidos duramente por causa da nossa firme disposição de obedecer a Deus, pedir a intervenção do SENHOR não é fuga da realidade. Entregar nossas causas a Deus e pedir que Ele seja o nosso advogado é agir de acordo com o ensino bíblico. Nosso problema é que, muitas vezes, a palavra do SENHOR não está habitando ricamente em nós, como Deus nos ordena em Colossenses 4:16. Quanto ao salmista, ele não tinha dificuldade em lançar todas as suas ansiedades e dilemas aos pés do SENHOR, pois ele não se esquecia da Lei de Deus nem fazia pouco caso das Suas promessas. Não nos esqueçamos, portanto, de que o livramento está longe dos soberbos, porque eles não têm a Palavra de Deus perto dos seus corações (v. 155). Vendo as muitas vezes em que o salmista usa a Palavra do SENHOR como base para seu pedido de socorro, podemos ficar com a impressão de que ele estava se utilizando do seu apreço pela Sagrada Escritura como uma espécie de moeda de troca, como se estivesse dizendo: “SENHOR, Já que eu dedico tempo para meditar na Escritura, eu exijo que o SENHOR me abençoe”. Nada poderia estar mais longe da verdade! Ninguém fica cheio de orgulho quanto a sua fidelidade a Deus depois de meditar na Escritura. A profundidade e a perfeição da Lei do SENHOR são tão imensuráveis que nos sentimos aniquilados diante dela. O salmista não pede a intervenção divina com base na sua plena obediência à Palavra de Deus, mas com base nas muitas misericórdias do SENHOR (v. 156) e na Sua insondável bondade (v. 159), que são reveladas na Sua Lei. O autor sagrado não se apresenta como alguém que cumpre toda a Palavra, mas como quem ama a Lei de Deus de todo o coração. Devido ao seu apego à Palavra do SENHOR, o salmista entende bem a retidão de Deus e os Seus justos motivos para derramar Sua ira sobre os infiéis, isto é, sobre os que zombam da aliança que fizeram com Deus (v. 158). Como pode ser visto em muitos versículos do Salmo 119, na sua soberba, os infiéis detestam os caminhos do SENHOR e procuram desviar os que seguem a verdade (v. 157). Por essa razão, a justa ira de Deus também se reflete na reação do salmista, que abomina de modo consumado os que rejeitam a Palavra do SENHOR (v. 158).  O Salmo 119, em muitos aspectos, pode ser descrito como uma oração na qual a pessoa que ora está falando com Deus acerca daquilo que o SENHOR tem revelado na Sua Palavra. Ou seja, é uma forma respeitosa de pedir ao SENHOR que faça valer aquilo que Ele tem comunicado acerca da Sua pessoa, dos Seus planos, das Suas promessas e da Sua justiça. Tendo a atitude correta, podemos estar certos de que esse tipo de oração será agradável ao SENHOR, que zela e defende a eterna validade da Sua revelação.Você está sofrendo injúrias ou perseguições? Examine as Escrituras para saber o que Deus diz acerca da sua causa, invoque ao SENHOR como seu advogado e espere, porque Ele, a Seu tempo, fará justiça. Quando as nossas orações estão saturadas da Palavra de Deus, podemos estar certos de que Ele nos ouvirá, pois, conforme o verso final dessa estrofe, “As tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio, e cada um dos teus justos juízos dura para sempre.”