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Meditações no Evangelho de João (87): A Obediência Messiânica de JesusLeitura Bíblica: João 18:1-11A justa compreensão do Evangelho de João somente será alcançada se considerarmos o propósito declarado do seu autor. No capítulo 20, explicando por que escolhera registrar alguns sinais, João declara: “Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20:31).As provas da identidade messiânica de Jesus estão claras ao longo do enredo do Evangelho de João, sendo ainda mais destacadas nos momentos que antecedem a crucificação do SENHOR. Por isso, João constrói seu relato da prisão de Jesus no Getsêmani de modo que o leitor possa perceber mais evidências de que Jesus é o Unigênito Filho de Deus, o Messias prometido, o Salvador do mundo.Uma dessas evidências podemos ver no fato de que, apesar da traição de Judas, do abandono dos discípulos e do aparato policial destacado para efetuar a prisão do SENHOR, nada disso O surpreende. Em João 18:4, está escrito: “Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais?”. À semelhança dos discípulos, Jesus poderia ter fugido, encoberto pela escuridão. Contudo, Ele permanece onde está e aproveita a oportunidade para revelar, pelo Seu modo de agir, que Ele é o Messias. Concentrado no alvo de demonstrar a divindade de Cristo, João relata um fato curioso ocorrido no exato momento em que os guardas estavam prontos para executar a ordem de prisão. Em resposta à pergunta de Jesus acerca de quem buscavam, os guarda disseram: “A Jesus, o Nazareno”. Então, Jesus respondeu: “Sou eu”. Conforme João 18:6, “quando, pois, Jesus lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra”. Ao longo do Evangelho de João, Jesus apresentou Suas credenciais divinas usando a expressão: “Eu Sou”. Ao usá-la, fazia alusão ao diálogo ocorrido entre Deus e Moisés, registrado no livro de Êxodo. Perguntado qual era o Seu nome, Deus respondeu: “Eu Sou o Que Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros” (Êxodo 3:14). No Getsêmani, uma vez mais, Jesus usa essa designação divina e, por essa razão, ao ouvi-la, os guardas caíram por terra. Isso mostra quem realmente estava no controle da situação e nos lembra do que Jesus disse em João 10:18 acerca da Sua vida: “Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai”.Durante a prisão de Jesus no Getsêmani, João registra um detalhe bastante significativo: a preocupação do Messias com Seus discípulos. A despeito de eles terem abandonado o SENHOR no momento de Sua maior angústia, Jesus continua cuidando dos Seus discípulos, tomando as precauções para que eles não sofram às mãos dos guardas que O vieram prender. Assim, quando Jesus se identifica, pela segunda vez, como a Pessoa a quem os guardas procuravam, Ele fala em favor dos discípulos: “Se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes” (Jo 18:8). Aqui, temos uma boa ilustração da morte expiatória do Messias em favor dos que creem n’Ele. Jesus não morreu simplesmente por Suas ovelhas, mas no lugar delas. Essa disposição de amar os Seus incondicionalmente combina com o que Jesus afirmou em João 10:11: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” Essa mesma mensagem podemos encontrar em Marcos 10:45, onde o SENHOR declara: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. No Getsêmani, Jesus, o Messias, ensina-nos que a vontade do Pai deve sempre prevalecer na nossa vida, e que, a despeito das circunstâncias, Seu amor por Seus discípulos jamais cessará, pois, como Ele mesmo disse: “Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar” (João 10:29).