A pandemia chegou ao Planalto e virou pandemônio. A suspeita desceu a rampa do palácio e desacreditou do problema. Máscaras e gravatas repetidas em colarinhos amassados sustentam discursos de que vai piorar, mas que está tudo bem. Medidas são tomadas em dissonância: em alguns lugares recomenda-se, em outros proíbe-se. A falta de teste não nos impede de perceber que todos dão positivo para a dúvida. O que será feito do SUS, dos presídios, dos empregos? Dos avós? O que vai acontecer com a economia? Com o mundo? Todos nós? Pesam na balança o limite entre arroubos autoritários e as medidas de restrição. O isolamento social virou política pública: previne o contágio, mas não nos protege das receitas milagrosas falsas compartilhadas a esmo. O isolamento social também não cala vozes: as que defendem e atacam bradam de diferentes janelas. Lavemos as mãos com sabão e que não lavem as maõs quem governa: todos nós, afinal, comemos da mesma panela.
