Olá! Hoje é segunda-feira, dia 02 de Dezembro de 2024, sou Sacha Tesck, Assessor da Diretoria de Agronegócios e Agricultura Familiar e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Banco do Brasil, para o movimento de preços no curto prazo, para as commodities soja, milho, café e boi gordo. Iniciando com a soja, espera-se que
- Na CBOT, os impactos da administração do presidente eleito nos EUA com a possível escalada da guerra comercial com a China, principal compradora de soja do mundo, e a retirada de incentivo à produção de biodiesel, são fatores de atenção dos traders.
- Segue forte no radar dos principais analistas, a tendência de confirmação de uma produção sul-americana recorde, que direciona para um cenário negativo nas cotações da CBOT.
- O Ministério da Agricultura da Argentina estimou o plantio de 17,9 milhões de hectares de soja no país na temporada 2024/25. A semeadura já atingiu quase 50% da área projetada e há previsão de bons volumes de chuvas nas regiões produtoras.
- No Brasil, os mapas climáticos para os próximos 10 dias, apontam para chuvas relevantes sobre os estados de SP, MS, PR, SC, RS e parte dos estados de MG e MT. Vale destacar que, em algumas áreas do PR, MT e MS, já estão há mais de 15 dias sem precipitação.
- No mercado interno, a baixa disponibilidade do grão, o dólar em alta refletindo o cenário fiscal do Governo e prêmios valorizados, vão dando sustentação para as cotações no curto prazo, entretanto, as estimativas de safra volumosa na América do Sul exercerão pressão de baixa nos médio e longo prazos.
No tocante ao milho, Com a colheita americana finalizada, o mercado acompanhará os reportes semanais de vendas do cereal pelos Estados Unidos. No último documento divulgado pelo Departamento de Agricultura do país (USDA), as vendas líquidas foram de 1,49 mi t para a Safra 2024/25, aumento de 14% em relação à semana anterior, mas queda de 40% em relação à média das quatro semanas anteriores. O plantio de milho na Argentina avança em bom ritmo, beneficiado pelo clima favorável. De acordo com dados da Bolsa de Cereais, 89% das lavouras são consideradas normais a excelentes e a área plantada já alcança 34,40%, ficando 13,20 pontos percentuais acima do mesmo período no ano passado. No Brasil, de acordo com a Conab, o plantio do milho 1ª safra 2024/25 chegou à 58,7%, ficando 4% acima quando comparado ao mesmo período da safra anterior. De maneira geral, a condição das lavouras está boa e, para os próximos dias, é esperando um aumento na pluviosidade no RS, que estava sofrendo com stress hídrico. Para a próxima semana é esperado um mercado menos volátil e estável, mas com viés de baixa.
Para o café, destaca-se que, - A regularidade das chuvas e o clima mais favorável nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo vêm ajudando no desenvolvimento da florada, mas ainda mantém as incertezas em relação à safra 2024/25. As altas temperaturas ocorridas no período de pré-floração podem ter impactado negativamente o potencial produtivo da safra no Brasil, especialmente no caso do café arábica.
- Baixos estoques e resistência dos cafeicultores brasileiros em vender seu produto vêm auxiliando na manutenção da alta dos preços.
- Desvalorização do Real frente ao Dólar permanece influenciando as cotações do mercado físico no Brasil, com alta nesses preços.
- Oferta reduzida globalmente deve manter a pressão sobre os preços, tornando o produto mais valioso no mercado.
- Forte chuvas no Vietnã estão atrasando a colheita e inundando os cafezais.
Quanto ao
Boi Gordo, é importante frisar que:
- Espera-se que, no curto prazo, o preço firme do boi, uma vez que a escala de abate da Indústria permanece reduzida na maior parte do país.
- As exportações de carne bovina seguem em ritmo forte de embarque ao longo do mês de novembro. O dólar fortalecido e a demanda da China, nossa principal compradora, contribuem para esse cenário.
- No último trimestre do ano observou-se a recuperação dos preços dos animais de reposição. Segundo o indicador CEPEA, no MS o valor do bezerro saltou de R$ 2.205,46 em out/24 para R$ 2.543,81 em nov/24, aumento de 15%. Diante desse fato, o mais provável é que a partir de 2024/25 haja retração no abate de fêmeas.
- A entrada do 13º salário, criação de empregos temporários e confraternizações de final de ano são estímulos para manter a economia aquecida e favorecem o consumo dos cortes bovinos. Entretanto, o aumento no preço da carne bovina no mercado doméstico pode estimular a migração do consumidor para a fontes de proteínas concorrentes de menor valor, como a carne de frango.
- Assim, faz-se necessário gerenciar os custos e mitigar o risco da atividade, seja fazendo uso de opções ou do mercado futuro.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!