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Olá! Hoje é segunda-feira, 03 de abril, meu nome é Alexandre Bittencourt, assessor na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.

Iniciamos nosso panorama pela soja.
O mercado se posicionará frente ao relatório de intenções de plantio da soja e milho que será divulgado pelo USDA na sexta-feira (31).
O mercado financeiro ainda exercerá influência nas cotações das commodities, embora tenha reduzido a aversão ao risco do sistema bancário dos EUA e da Europa, permanece o receio de novos desdobramentos negativos.
Adicionam também pressão, na semana, o avanço da colheita da excelente safra brasileira, que atinge 70% da área cultivada, mas que enfrenta problemas de logística para escoamento e percentual baixo de comercialização da safra 22/23.
Em contraponto, na Argentina, as perdas estimadas chegam a 45%, fundamento que pode dar suporte aos preços, principalmente em função da menor oferta global de farelo e óleo. Com leve recuperação de preços na semana anterior, o mercado tende à lateralidade de preços, direcionando para uma estabilidade no curto prazo. A perspectiva de baixa para o médio prazo permanece, balizada pela produção elevada do Brasil e perspectiva de oferta regular do grão no 2° semestre.
Em relação ao milho,
As cotações no mercado externo poderão oscilar negativamente, pressionadas pela estimativa de intenção de plantio dos produtores de milho estadunidenses, que será divulgada na sexta-feira (31) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O mercado espera aumento em torno de 4% na área plantada em relação à safra 2022/23. Em seu levantamento semanal de acompanhamento de safra, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou que a colheita da 1ª safra de milho atingiu 41,9% da área, aumento de 6,9% no período.
O avanço da colheita e a maior disponibilidade do grão no mercado interno, com vendedores mais dispostos a comercializar o produto, além das condições favoráveis das lavouras da 2ª safra, tendem a continuar pressionando negativamente os preços no mercado físico, razão pela qual se acredita em mais uma semana de estabilidade, mas com viés de baixa para os preços do cereal.
Para o café,
Produtores brasileiros, com uma visão mais otimista das perspectivas da safra 2023/24, embora ainda cientes dos reflexos negativos sobre primeira florada de 2022, que limitou o potencial produtivo brasileiro em 2023, tendem a deixar o mercado com mais liquidez na semana. A proximidade das safras, bem como a participação ainda comedida dos mercados tradicionais do hemisfério norte, fruto da persistência do processo inflacionário, continuarão exercendo pressão negativa, m esmo com o baixo estoque remanescente.
Clima favorável e umidade do solo em nível satisfatório, resultado das precipitações ocorridas no verão, permitiram bom crescimento de ramos e melhoram as perspectivas para a safra 24, fator baixista.
Estoque baixo na ICE NY reflete os resultados e preços das últimas duas safras e, até o momento, apresentam recuperação lenta. Por outro lado, na Green Coffee Association, estão acima 6,1 milhões de sacas, mantendo a ideia de suficiência ao redor de 11 meses de consumo na América do Norte, outro fator baixista aos preços.
A proximidade de colheitas de meio de ano no Brasil, Peru, Indonésia e 2ª safra Colombiana é fator de pressão negativa sobre os preços, considerando a ausência de ameaças climáticas e safras já dimensionadas e precificadas pelo mercado. Assim, espera-se mais uma semana de preços pressionados negativamente.
E finalizando com o Boi Gordo ressaltamos que:
Os frigoríficos, em especial aqueles voltados ao mercado externo, devem seguir regularizando as escalas de abate e esse fator traz um viés de alta aos preços do boi gordo no curto prazo, a depender do apetite chinês após a extinção do embargo.
Sazonalmente, em decorrência da entrada dos salários na economia, o escoamento da carne bovina é maior na primeira quinzena do mês. Porém, o consumo doméstico dessa proteína tende a ser menor na Semana Santa quando, tradicionalmente, muitos brasileiros deixam de comer carne vermelha. Assim, a reposição entre o varejo e o atacado deve ser menor nesta semana, limitando altas mais expressivas.
Por outro lado, o início do 2º trimestre marca o fim do período chuvoso, o que diminui a qualidade e quantidade das pastagens, bem como a capacidade do pecuarista de reter o animal. Somado a isto, a fase do ciclo pecuário é de descarte de fêmeas.
Ponderando estes fatores, prevalece, no momento, a perspectiva de maior demanda chinesa e as pastagens ainda em boas condições, permitindo maior poder de negociação entre as partes, o que tende a resultar em preços de estáveis a mais altos no curto e médio prazo.

A partir de maio, espera-se que o processo de degradação natural das pastagens avance, pressionando os preços da @. Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!