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Olá! Hoje é segunda-feira, 03 de julho, meu nome é LEANDRO MILEO MATOS, Assessor de Agronegócios do Banco do Brasil e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. Os últimos boletins divulgados pela NOAA (Agência Serviço de Meteorologia dos Estrados Unidos) indicam chuvas consideráveis e bem distribuídas para os próximos 15 dias em todo o cinturão agrícola dos EUA, o que fará com que as cotações fiquem pressionadas negativamente na CBOT.
O mercado seguirá atento aos boletins semanais do USDA com o acompanhamento das lavouras norte-americanas, uma vez que a qualidade destas vem caindo nas últimas três semanas.
No Brasil, os fundamentos devem permanecer sem grandes novidades, porém com o avanço da colheita do milho 2ª safra, a questão logística seguirá pressionada.
Com as cotações do mercado físico estáveis, sojicultores tendem a permanecer fora do mercado, mantendo negócios somente para cobrir obrigações financeiras. Ainda com um grande volume a ser comercializado e os preços internos pressionados, o mercado doméstico seguirá com estabilidade para o curto prazo e baixa para o médio prazo.
Em relação ao milho, o clima nos EUA continuará influenciando as cotações. A maior parte das lavouras, no mês de julho, estarão em fase de pendoamento, período importante para definições sobre o potencial produtivo da cultura do milho.
As previsões quanto à umidade do solo e temperaturas são boas para próxima semana nos estados produtores de milho norte-americano, fator baixista aos preços. Por outro lado, o USDA divulgará dados sobre a área plantada e produtividade e o mercado espera que haja corte na produção estimada.
No Brasil, previsão de tempo firme trará condições adequadas para a colheita avançar nos estados produtores de 2ª Safra. Os números até então divulgados por diversas fontes indicam safras muito boas nos estados produtores, sem ocorrência de eventos que tenham prejudicado de forma significativa a 2ª safra.
Compradores seguirão retraídos, aguardando maior disponibilidade do grão a preços mais baixos, para fixar posições.
Com isso, os preços internos tendem a sofrer pressão baixista no curto e médio prazo, devido a maior oferta de produto e dificuldades de armazenagem e logística portuária.
Para o café, as previsões climáticas continuarão favoráveis ao andamento da colheita nas principais regiões produtoras.
Em meio ao movimento negativo das últimas semanas e dado o avanço da colheita, produtores tendem a permanecer retraídos na comercialização, vendendo apenas o necessário para atendimentos das demandas mais prementes.
A colheita do Conilon no ES, mais avançada que a do arábica, tem mostrado quebra superior à esperada, segundo presidente da Cooabriel.
O Rabobank elevou sua previsão de déficit na Safra 2022/23 para 6,4 milhões de sacas, acompanhando os dados da OIC de mai/23, quando foi relatado déficit de 7,3 milhões de sacas. Após atingir as mínimas de sete meses, os estoques da ICE apresentaram pequena recuperação para 549.252 sacas, na terça-feira (27), o que ainda não significa alí vio na condição de baixos estoques.
De modo geral, a maior oferta, resultado do avanço da colheita no Brasil, continuará pressionando os preços diante da expectativa de uma safra 2023 mais volumosa em relação à passada, além de rumores de uma possível safra 2024 ainda maior, caso o clima continue favorecendo a cultura.
E finalizando com o Boi Gordo temos: a menor oferta de animais, em decorrência do final da safra do boi produzido a pasto e o fato de ainda não se ter um volume expressivo de animais produzidos no primeiro giro do confinamento, sugere um ambiente de preços mais firmes no curto prazo.
É importante reforçar que o consumo interno pode contribuir com o fortalecimento do preço do boi gordo, ressaltando-se que a queda no valor da arroba ao longo do primeiro semestre de 2023 não fez com que o preço da carne bovina diminuísse no mesmo ritmo no atacado e no varejo.
A entrada dos salários na economia durante o início de julho será fator importante para aumentar o estímulo ao consumo doméstico e ao fortalecimento do mercado físico.
Espera-se assim, preços de estáveis a mais altos no curto prazo e médio prazo.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!