Olá! Hoje é segunda-feira, 4 de setembro, meu nome é ALEXANDRE BITTENCOURT, sou Assessor na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja.Os mapas atualizados pela NOAA (Agência Serviço de Meteorologia dos Estados Unidos) para os próximos 07 dias seguem com previsão de chuvas escassas, pontuais e de baixo volume, ainda com dias muito quentes, com temperaturas acima da média nos estados localizados no meio-oeste americano. Nos próximos boletins de acompanhamento de safra semanal divulgados pelo USDA, há perspectiva de diminuição do índice das condições das lavouras em função do clima adverso na fase final da safra, diminuindo o potencial produtivo das lavouras.
No financeiro, seguem as atenções aos indicadores das principais economias, bem como as informações e movimentos do macrocenário diante da aversão ao risco. Ainda no radar, os desdobramentos sobre o possível novo acordo de exportação pelo Mar Negro.
Diante das incertezas do tamanho da produção da safra dos EUA, a espera pelo início da colheita norte-americana, do plantio no Brasil e atenção ao comportamento da demanda, o mercado doméstico seguirá com cenário favorável no período de transição das safras. Assim, as cotações trabalharão com viés de alta para o curto prazo e de baixa para o médio prazo.
Em relação ao milho, as previsões climáticas para os próximos dias ainda são de temperaturas elevadas e precipitações abaixo da normalidade em grande parte do cinturão de milho norte-americano, o que poderá dar suporte aos preços no mercado externo. As cotações na CBOT refletirão o divulgado no relatório do USDA sobre as condições das lavouras, a ser divulgado no dia 04/09, que informará se houve ou não nova piora nos cultivos devido ao clima. O último relatório apontou 56% da área entre condições boas a excelentes, redução de 2 pontos percentuais, quando o mercado esperava uma redução maior.
No Brasil, nas últimas semanas foi observado aumento no frete rodoviário, consequência da maior procura devido ao período de colheita do milho 2ª safra e a necessidade do seu escoamento, além da concorrência com o escoamento da safra de soja.
A Conab divulgará no dia 06/09 seu 12º levantamento da Safra 2022/23 e poderá revisar a produção nacional, aumentando as estimativas de produção total, em especial a 2ª safra. Este seria mais um fundamento negativo para as cotações, que tendem a seguir pressionadas internamente.
Para o café, as condições climáticas continuarão sendo um fator importante a ser monitorado pelo mercado e a florada entrou no radar. Embora as chuvas tenham trazido alívio para os produtores, ainda há preocupações com as altas temperaturas e escassez de chuvas nas próximas semanas. Qualquer mudança nas previsões poderá afetar os preços do café arábica; A redução dos estoques na ICE New York a 490.739 sacas, o menor nível em 9 meses e meio e ICE Londres com 3.380 lotes reforçam a estreita relação estoque/consumo;
Exportações vietnamitas de café de janeiro a agosto de 2023 apontam redução de 4,9% no comparativo anual, bem como produção estimada para a safra 23/24 com redução de 7%, a menor em 4 anos, o que mantém o balanço do robusta com déficit no ciclo 23/24;
Não havendo novidades nos fundamentos, o mercado futuro continuará monitorando as condições climáticas e a conclusão da colheita no Brasil, assim como os estoques certificados na ICE, que continuam dando suporte às cotações. Caso as previsões climáticas se confirmem, será possível observar melhora das cotações ao longo da semana.
E finalizando com o Boi Gordo temos: A carne de frango, mesmo com o aumento de preço, continua sendo a fonte de proteína mais competitiva e isso reflete na cotação da carne bovina, uma vez que existe a tendência de o consumidor migrar para a fonte de proteína mais barata. O consumo interno de carne bovina ainda está abaixo do esperado e não é suficiente para diminuir o volume disponível no estoque das indústrias, que se encontra elevado. Assim, o ritmo de reposição entre o varejo e o atacado deve continuar lento.
De modo geral, a procura por animais terminados tende a continuar fraca nos principais polos de comercialização. O objetivo das Indústrias é escoar os estoques antes da retomada das compras. Assim, as escalas de abate devem seguir confortáveis, com os frigoríficos ofertando valores abaixo da referência média e atendendo às demandas do curto prazo.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!