Olá! Hoje é segunda-feira, 05 de junho, meu nome é Alexandre Bittencourt, assessor na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. A finalização do plantio da safra dos EUA e as condições meteorológicas seguem sendo o principal direcionador na CBOT. As previsões de temperaturas acima do normal nas regiões mais ao norte e chuvas nas regiões sul e centro do meio-oeste norte-americano não devem causar atrasos na conclusão do plantio. No entanto, há divergências quanto ao impacto na germinação e no desenvolvimento das lavouras ao norte.
No Brasil, os fundamentos devem permanecer sem grandes novidades, mas há expectativa de corte da produção da safra argentina e leve elevação da safra brasileira nos próximos relatórios de estimativa de safra.
No financeiro, o clima de maior aversão ao risco no mercado financeiro global, principalmente relacionados com os indicadores de crescimento econômico da China e dos EUA, seguem gerando impacto negativo na demanda global.
Com as cotações em baixa, os sojicultores permanecerão fora do mercado, mantendo negócios somente para cobrir obrigações de caixa. O mercado deverá trabalhar na lateralidade em função do relatório de oferta e demanda do USDA, que será publicado na sexta-feira (9). Assim, o mercado interno seguirá com estabilidade paro o curto prazo e baixa para o médio prazo.
Em relação ao milho, o plantio da safra dos Estados Unidos está se encerrando, chegando a 92% da área prevista, dentro da janela ideal de plantio. Para os próximos sete dias, os mapas meteorológicos mostram divergência em relação ao clima nos EUA, o que pode trazer maior volatilidade à precificação do cereal. Há modelos que mostram retorno de chuvas no cinturão produtor e outros que apontam clima mais quente e seco.
Argentina e China atualizaram protocolo de exportação de milho, que permite a compra do cereal argentino. A Bolsa de Cereales sinalizou uma leve melhora nas produtividades ao longo da semana, com 4,6 mil kg/ha. A produção argentina deve fechar por volta de 35 a 36 milhões de toneladas, queda de 28% ante a safra passada. Devido ao baixo consumo interno argentino, cerca de 25 a 26 milhões de toneladas do cereal devem ficar disponíveis para exportação. No Brasil, a colheita da 2ª safra vem se intensificando, aumentando a oferta. Compradores seguirão aguardando redução das cotações, com a logística ainda voltada para a soja. Com isso, os preços internos seguirão movimento baixista.
Para o café, com os mapas meteorológicos indicando tempo mais seco nas principais regiões produtoras de café no Brasil nos próximos dias, espera-se avanço no processo de colheita, fator que pode pressionar negativamente os preços do grão, dado o aumento da disponibilidade. Soma-se ao cenário baixista a demanda ainda curta, resultado de uma postura mais cautelosa dos compradores devido às incertezas em relação à economia global, trazendo uma menor liquidez ao mercado. Há também a previsão de safras mais volumosas na maioria dos países produtores, em especial no Brasil (ainda que pequena), que freiam o apetite da indústria até que boa parte deste volume esteja disponível, sanando a escassez de oferta em algumas regiões do globo. O USDA deverá divulgar ainda neste mês de junho sua estimativa de oferta e demanda global de café.
Neste contexto de maior oferta e consumo em ritmo lento, espera-se movimento baixista aos preços do café no curto e médio prazos.
E finalizando com o Boi Gordo temos: Mesmo com a pressão baixista no valor da arroba e o preço do animal de reposição enfraquecido, a relação de troca entre o boi gordo e o bezerro de desmama encontra-se num momento favorável ao produtor que faz a recria com reposição de animais, e que tem disponibilidade de pastagem atrelada a estratégia nutricional.
Neste período, os produtores analisam o volume de animais a ser destinado ao confinamento. Para essa decisão, os pecuaristas devem se atentar aos preços do insumo envolvido na dieta e do boi magro, bem como analisar o valor da arroba ao término do ciclo. Neste sentido, para mitigar a volatilidade e o risco de preços, o BB disponibiliza ao pecuarista as Opções Agro para proteção de preços da arroba bovina.
No curto prazo, não há novos fatores que motivem a reação do preço da arroba e a expectativa de baixa continua. A alta oferta de bovinos possibilita que a indústria mantenha escala e abate confortáveis.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!