Olá! Hoje é segunda-feira, 07 de agosto, meu nome é Liara Simon, Gerente de Setor na GERAG e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. Os mapas atualizados pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA) indicam, para os próximos sete dias, bons volumes de chuvas e temperaturas mais amenas nos principais estados produtores, em especial no Meio Oeste dos EUA.
O mercado seguirá com atenção dividida entre as condições climáticas mais favoráveis, ao passo que também aguardará a divulgação do boletim mensal de oferta e demanda do USDA em 11/08.
No financeiro, tende a permanecer o sentimento de maior aversão ao risco, limitando possíveis reações de alta em Chicago, haja vista a expectativa de corte da produtividade e consequentemente, da produção da safra dos EUA 2023/24.
Com as cotações em queda, os sojicultores deverão permanecer fora do mercado, mantendo negócios somente para cobrir obrigações financeiras. Face aos fatores expostos, o mercado deverá trabalhar em estabilidade no curto prazo e com baixa para médio prazo.
Em relação ao milho, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos apontou em seu relatório de progresso de safra (31/07) uma piora nas condições das lavouras entre boas a excelentes de dois pontos percentuais, sendo estimadas em 55%. Apesar disso, o mercado não reagiu a esta estimativa, visto que foram observados bons volumes de chuvas no decorrer da semana. A previsão climática para os próximos dias indica temperaturas mais amenas e volumes pluviométricos razoáveis no cinturão de milho do país. Com essa previsão, caso as condições das lavouras melhorem, as cotações no mercado externo poderão seguir o viés de baixa observado na semana anterior.
De acordo com a Conab, a colheita do milho 2ª safra chegou a 54,7% da área total. O órgão estima produção desta safra, que é cultivada após a colheita da soja verão, em 98,04 milhões de toneladas, 14% superior ao volume obtido no ano anterior.
O clima positivo para o avanço na colheita da 2ª safra e a maior disponibilidade interna, além das cotações externas enfraquecidas, podem contribuir para os preços físicos permanecerem pressionados negativamente, com viés de baixa.
Para o café, o clima continuará favorecendo o processo de colheita no Brasil, porém as vendas, ainda em ritmo lento, tendem a limitar a disponibilidade de café da safra nova no curto prazo. No entanto, é sabido que a safra que está sendo colhida será superior à produção no ano passado, que somado à demanda ainda incerta, tendem a limitar altas expressivas no preço do grão. Ainda, a aversão ao risco e medidas econômicas internas vêm fortalecendo o dólar ante o real, que somado à menor disponibilidade e exportações de café em julho/23, ajudam a minimizar os efeitos negativos nas cotações em NY e Londres, com a entrada da safra.
O momento permite aos cafeicultores aproveitar os repiques de alta especialmente quando combinados com dólar mais valorizado, uma vez que que o clima tem sido favorável à safra 2024. Escalonar as vendas é sempre recomendado.
Após uma semana de correção positiva, ajustes técnicos tendem a ocorrer, devolvendo parte dos ganhos. O mercado seguirá observando os estoques internacionais nesse período em que os produtores brasileiros estão mais focados em concluir os trabalhos de colheita do que comercializar. Assim, esperam-se preços físicos estáveis no curto prazo e com pressão negativa no médio prazo.
E finalizando com o Boi Gordo temos: Após as baixas observadas no valor da arroba no atacado nos últimos dias, espera-se que a primeira quinzena do mês, com a entrada de salário na economia e a possibilidade de aumento do consumo de carne em decorrência das festividades do Dia dos Pais, ocorra alguma melhora nos preços da proteína bovina. Um bom consumo auxiliaria no escoamento do estoque de carne bovina no varejo, melhorando o ritmo de reposição. Caso isso não ocorra e permaneça o ritmo lento de escoamento da carne no mercado interno, poderá prejudicar a recuperação do preço do boi gordo. Assim, a indústria, com escala de abate relativamente confortável, tende a ofertar valores abaixo da referência média pela arroba. Somam-se a esses fatores, a concorrência com a carne de frango, por ser esta uma fonte de proteína mais acessível a grande parte da população e a redução dos preços da carne no mercado internacional, que interferem nas receitas das indústrias exportadoras. Dessa forma, esperam-se preços estáveis no curto prazo e leve pressão negativa no médio prazo, quando aumenta o número de animais prontos para o abate provenientes de confinamento.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima