Listen

Description

Olá! Hoje é segunda-feira, 08 de maio, meu nome é Alexandre Bittencourt , assessor na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. O avanço do plantio da safra dos EUA e as condições meteorológicas favoráveis, seguirão sendo o principal influenciador na CBOT, com possibilidades de uma safra cheia a partir de setembro. Ainda nos fundamentos, a oferta na América do Sul, em especial no Brasil, permanece sem novidades para influenciar positivamente o mercado no curto prazo.
O sentimento de maior aversão ao risco no mercado financeiro global, principalmente no setor bancário, causa pressão adicional. O controle da inflação nos EUA e Europa, e o crescimento do PIB chinês, são pontos de atenção, assim como a continuidade do acordo sobre o corredor de exportação no Mar Negro.
A divulgação, no próximo dia 12/05, do Boletim de Oferta e Demanda do USDA com as projeções para a Safra 23/24, deverá trazer importantes direcionamentos para as cotações na CBOT.
Com as cotações em baixa, os sojicultores deverão permanecer fora do mercado, mantendo negócios pontuais. A pressão na logística brasileira continuará e os preços internos seguirão achatados. Assim, o mercado interno seguirá com estabilidade paro o curto e baixa para o médio prazo.

Em relação ao milho, a safra de milho norte-americana 2023/24 vêm apresentando bom ritmo de plantio. De acordo com o Departamento de Agricultura do país, até o dia 30/04 a semeadura havia atingido 26% da área total. O plantio está 13 pontos percentuais acima da safra passada e na mesma média dos últimos cinco anos.
Com previsão climática favorável para os próximos dias, somado à divulgação do relatório de Oferta e Demanda pelo órgão no dia 12, que possui expectativa pelo mercado em elevada produção e aumento de estoques finais globais, as cotações poderão ser pressionadas negativamente no mercado externo.
No Brasil, a Conab divulgará seu 8º Levantamento de Safra 2022/23 no dia 11/05 e, mantendo-se as boas perspectivas ou até revisão positiva na produção da 2ª safra, o mercado poderá sentir pressão negativa adicional.
Com o abastecimento no mercado interno regular atualmente e compradores ainda se mantendo retraídos, os preços podem continuar em movimento baixista.

Para o café, políticas de elevação de juros e combate à inflação desestimulam antecipação de compras em função do custo de carregamento e do mercado invertido (cotação à vista maior que a futura)
Este posicionamento retraído da indústria compradora reflete em um mercado de baixo volume de negócios com diferenciais de preços entre a ponta compradora e a vendedora, deixando o mercado travado, à espera de um maior desenvolvimento da safra e evolução da colheita Abril finalizou com precipitações em algumas áreas de colheita de conilon e também arábica na região sudeste. Houve relatos de queda de frutos, que trouxeram preocupações sobre a ocorrência de inverno com chuvas que possam prejudicar a qualidade do produto a ser colhido. Alteração de posição atual longa de fundos pode acentuar o movimento de queda nas cotações do café.
Face ao cenário de proximidade da entrada de maior volume de cafés, não se espera elevação das cotações no médio prazo, com tendência de estabilidade para esta semana

E finalizando com o Boi Gordo, temos: Há a expectativa de melhores volumes exportados para o mês de maio, com início da reversão do reflexo dos embargos chineses.
Frigoríficos exportadores devem se manter ofertando valores abaixo da referência média de mercado, tendo em vista as escalas de abate alongadas, ritmo ainda baixo em relação aos volumes exportados, bem como receitas cambiais menores.
No mercado interno, a indústria tende a manter pressão baixista, considerando maior oferta de animais, inversão do ciclo pecuário, o que acarreta em maior abate de fêmeas, escalas alongadas, bem como final de safra.
Sazonalmente, com o término do período chuvoso e, consequente, deterioração natural das pastagens, há forte recuo nos preços da arroba, considerando o aumento significativo da oferta de animais para o abate (auge da safra).

Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!