Olá! Hoje é segunda-feira, 09 de outubro de 2023, meu nome é Fabíola Lira, sou assessora de agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciando com a soja, espera-se que O USDA divulgue em (12/10), o seu relatório de oferta e demanda mensal. O mercado poderá ser surpreendido com uma nova diminuição da produção da safra dos EUA, o que poderá favorecer uma possível recuperação técnica dos preços futuros da soja no curto prazo na CBOT. Soma-se a essa perspectiva, o retorno da China ao mercado, após seu feriado Golden Week. O ritmo de colheita nos EUA não deverá ter alteração, chuvas irregulares com volumes pequenos podem ocorrer, embora, sem causar grandes transtornos. Para o Brasil, o INMET, prevê chuvas com pequenos volumes e temperaturas acima do normal para as regiões do Centro-Oeste e Centro-Norte do país, podendo diminuir o ritmo de plantio nos estados produtores localizados nessas regiões. Do lado financeiro, as preocupações com a política de combate à inflação nos EUA e a aversão ao risco de recessão, seguem direcionando os grandes fundos investidores para os mercados mais seguros. A pressão sazonal do avanço da colheita nos EUA, a demanda escalonada da China e a percepção de safra volumosa na América do Sul devem manter o mercado interno com viés de estabilidade para o curto prazo e de baixa para o médio prazo.
No tocante ao milho, A colheita chegou a 23% da área cultivada nos Estados Unidos, de acordo com o último levantamento divulgado pelo Departamento de Agricultura do país (USDA). O ritmo supera em quatro pontos percentuais o observado na safra anterior e dois pontos percentuais a média dos últimos cinco anos. As previsões climáticas para os próximos dias, com temperaturas elevadas e baixos volumes de chuvas, devem continuar contribuindo para o avanço da colheita americana. Há rumores sobre a retomada das exportações de grãos pela Ucrânia, através de portos no Mar Negro, inclusive com vendas para o mercado chinês. Caso o país tenha sucesso nessa tentativa, os preços no mercado externo podem sofrer pressão negativa, com mais um concorrente na exportação frente ao grão estadunidense. A Conab indicou plantio do milho 1ª safra no Brasil em 22,6%, com a região sul chegando à 60% da área esperada. Os estados de Minas Gerais e São Paulo aguardam maiores volumes de chuvas para que a semeadura da Safra 2023/24 ganhe ritmo. Com o produtor ainda retraído nas vendas da Safra 2022/23 no mercado disponível, os preços podem seguir em estabilidade.
Para o café, destaca-se que, Os estoques de café lavado da ICE NY atingem 444.871 sacas e o Brasil detém 30,21% destes, demonstrando a boa aceitação do produto lavado brasileiro, embora ainda não reflitam em melhoria na sua precificação. Dados preliminares do Cecafé apontam embarques de 3.242.484 sacas para exportação em setembro, valores estes inferiores aos obtidos em agosto/23. Mesmo assim, com a manutenção da competividade do conilon brasileiro, as vendas internacionais ainda devem permanecer superiores aos de anos anteriores. Previsões climáticas para os primeiros dias de outubro indicam possibilidades de precipitação na região produtora de café no Brasil e devem favorecer o desenvolvimento da safra 24/25. O novo patamar atingido pelo dólar deve continuar estimulando exportações brasileiras na safra e limitando as pressões negativas de preço nas bolsas externas oriundas da melhoria do cenário climático para a Safra 2024/25 brasileira. O mercado de vendas segue ainda com movimentação limitada as necessidades prementes dos produtores para liquidação de compromissos e atendimento das necessidades da nova safra. Produtores ainda reservam parte da produção para vendas na entressafra, mesmo com a perspectivas de preços sob pressão negativa no curto e médio prazos.
Quanto ao Boi Gordo, é importante frisar que: A valorização do dólar frente ao real no decorrer da semana anterior, segue como fator positivo para a Indústria exportadora e contribui para continuidade de viés altista no mercado do boi gordo para as próximas semanas. A entrada de salários na economia no início do mês e reflexo positivo no consumo no período, motiva a reposição ao longo da cadeia produtiva e, também sugere por alta de preços na cotação da arroba no curto prazo. O aumento de oferta de volume de animais confinados, previstos para entrar no mercado ao longo deste mês, pode limitar um viés de alta mais expressivo na cotação da arroba. Sugere-se que os produtores se atentem à janela de oportunidade no mercado futuro, utilizando-se de ferramentas de trava de preços para mitigar o risco da atividade, com o objetivo de garantir sua margem de lucro.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!