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Olá! Hoje é segunda-feira, 10 de julho, meu nome é CARLOS EDUARDO, Assessor na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. Os últimos boletins climáticos divulgados pela NOAA (Agência Serviço de Meteorologia dos Estrados Unidos) indicam condições meteorológicas favoráveis para os próximos 10 dias em todo o cinturão agrícola dos USA, podendo pressionar as cotações na CBOT. No próximo dia 12/07 o USDA divulgará o Relatório de oferta e demanda global de soja, com perspectiva de redução dos números. Os dados devem trazer reflexos nas cotações do complexo soja, o mercado seguirá atento aos boletins semanais de acompanhamento das lavouras que o USDA vem divulgando, uma vez que a qualidade das lavouras reduziu nas últimas três semanas.
Na economia, o controle da inflação nos EUA e na EU, além do menor crescimento da China, preocupam e podem impactar a demanda global.
Os preços físicos da oleaginosa estão com movimentos de alta, o que permitirá ao sojicultor aproveitar oportunidades de mercado para comercializar parte de sua produção. Os preços internos tendem a refletir as oscilações em Chicago, com vieses de alta para o curto prazo e baixa para o médio prazo.
Em relação ao milho, de acordo com o reporte do USDA na semana passada, 51% da área cultivada com milho nos Estados Unidos foi considerada em condições boas a excelentes, melhora de 1 ponto percentual em relação à semana anterior. No entanto, esta é a classificação mais baixa para o mesmo período desde 2012. Em Iowa, maior estado produtor, 61% da safra foi classificada como de boa a excelente. Para os próximos dias existe previsão de melhora climática para o cinturão produtor nos EUA, com bons volumes de chuvas, o que pode pressionar negativamente as cotações na Bolsa de Chicago.
Os preços externos poderão sofrer pressão adicional com a divulgação do USDA, em 12/07, do relatório de oferta e demanda de grãos para o mês de julho. Com a recente revisão de área cultivada nos Estados Unidos, o mercado espera aumento na produção do cereal no país, o que poderia levar a maior oferta global e maior estoque final estadunidense.
No Brasil, clima favorável para a intensificação da colheita da 2ª safra. Com isso, os preços internos podem continuar pressionados negativamente com a maior oferta doméstica, à medida em que a colheita avança.
Para o café, semana de clima favorável, sem ocorrência de chuva e frio, com possiblidade de precipitação em algumas áreas cafeeiras a partir de 14/07, podendo influenciar ritmo da colheita que, até o momento, apresenta-se mais acelerada que ano anterior.
Dados do USDA referentes ao balanço entre oferta e demanda previsto para a safra comercial 2023/24 (16,8%), evidencia índice inferior ao do ciclo 2022/23 findo agora em junho/23 (20,3%) e também inferior à safra 2021/22 (19,5%). Este índice poderia fundamentar limites a uma redução maior nos preços. No entanto, a colheita brasileira em curso, representa 37,9 % da safra mundial em 2023 e espera-se 3,9 milhões de sacas a mais que no ano anterior. Portanto, no curto prazo e médio prazo, deve amenizar os efeitos dos baixos estoques disponíveis atuais. Se falarmos apenas em relação ao café arábica, a participação brasileira é ainda maior, de 46,2%.
Assim, considerando estes fatores, esperam-se preços ainda pressionados negativamente pela representativa oferta brasileira no curto e médio prazo.
E finalizando com o Boi Gordo temos: A detecção de casos de gripe aviária no Brasil, em especial no ES, pode afetar o preço da carne bovina. Com a detecção da gripe aviária em ave doméstica no ES, o Japão suspendeu a compra frango produzida nesse Estado. A decisão contraria a orientação da Organização Mundial de Saúde Animal, em que os embargos devem acontecer apenas na ocorrência da doença em produções comerciais. O Japão não importa carne de frango proveniente do ES, que participa com 0,19% do total exportado pelo Brasil. Entretanto, um embargo a um maior volume de carne de frango, por exemplo, no PR (responsável por 35% do total da produção e 40% da exportação), geraria um excesso de oferta no mercado interno, pressionando o preço do frango. Com isso, a tendência seria o consumidor migrar para essa fonte de proteína mais barata, deixando de consumir a carne bovina, influenciando negativamente toda a cadeia produtiva.
Em relação ao confinamento, a expectativa de oferta estável ante 2022 (nº de abates sistema intensivo), queda no custo do animal de reposição e dos insumos empregados na nutrição bovina, somados ao fortalecimento da cotação do boi gordo na B3, apesar da queda recente, trazem otimismo para a atividade no 2º semestre. No momento, ainda em entressafra, esperam-se preços de estáveis a mais altos no curto/médio prazo.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!