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Olá! Hoje é segunda-feira, 12 de junho, meu nome é ROSILENE ROOS, assessora na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. A divulgação do relatório pelo USDA na sexta-feira dia 09/06, com os dados de oferta global e estoques finais da oleaginosa influenciará as cotações na CBOT nos próximos dias. As condições climáticas e o desenvolvimento das lavouras norte-americanas atuarão como suporte nos preços da Bolsa de Chicago no curto prazo, uma vez que no último levantamento, a qualidade das lavouras estava abaixo do esperado pelo mercado. No financeiro, os indicadores de atividade econômica na China e nos EUA, com perspectiva de desaceleração, podem gerar impacto negativo na demanda global.
No Brasil, os fundamentos devem permanecer sem grandes novidades, porém com o início da colheita do milho 2ª safra, a questão logística de armazenamento de grãos pressionará os agricultores para comercialização da produção, uma vez que o milho e a soja concorrerão pelo mesmo espaço.
Com as cotações em baixa, os sojicultores farão vendas pontuais, somente para cumprir obrigações financeiras. Assim, o mercado interno seguirá com estabilidade paro o curto prazo e baixa para o médio prazo.
Em relação ao milho, os dados do relatório do USDA devem influenciar as cotações nesta semana. Os próximos três meses serão determinantes para a cultura e o clima nos EUA trará volatilidade adicional às cotações na CBOT nesse período.
As exportações chinesas caíram mais que o esperado, influenciadas pela fraca demanda global devido à desaceleração da indústria e ao aumento das taxas de juros e inflação, além do fraco desempenho das economias dos EUA e da Europa. Estas questões macroeconômicas e as cotações do petróleo devem refletir no preço do milho no mercado externo.
No Brasil, as cotações vêm alcançando um patamar que pode pressionar a remuneração dos produtores, mesmo com as altas produções previstas, dando suporte às cotações atuais do cereal.
Internamente, ainda temos vários fatores influenciando as cotações: grande oferta de produto; cotação do dólar; a dificuldade de logística e armazenagem; exportações baixas e ainda voltadas para soja; compradores. Maior parte destes fatores tendem a continuar pressionando negativamente as cotações no curto e médio prazo.
Para o café, a estimativa do USDA de elevação da safra brasileira 2023 em 12%, para 66,4 milhões sacas, deve favorecer análise do balanço de oferta e demanda para o biênio 2023/24 e atuar como fator baixista às cotações na semana.
Balanço da OIC de maio divulgou aumento de 1,7% na produção mundial de café (conilon e arábica) no biênio 2022/23, que totalizou 171,3 milhões sacas. No mesmo período, o consumo também cresceu 1,7%, para 178,5 milhões sacas, resultando em um déficit de 7,3 milhões de sacas. Ainda, a OIC apresentou o movimento de exportações nas principais regiões produtoras no mês de abril: -6,4% na América do Sul (3,57 milhões de sacas), -9,8% na África (980 mil sacas), +6,3% no México e América Central (1,9 milhões de sacas) e -1% na Ásia e Oceania (3,75 milhões de sacas).
Esses dados de abril evidenciam a oferta restrita, e os dados preliminares de maio mantém a mesma tendência e, consequentemente, a volatilidade nos preços, apesar de avanço das colheitas de meio de ano.
O avanço da colheita brasileira ao longo do mês, possibilitará uma melhor definição de volume e qualidade do produto, devendo confirmar bom volume da safra brasileira e pressionar preços no curto e médio prazo.
E finalizando com o Boi Gordo temos: Com a perspectiva da superprodução de milho e soja, e com o déficit de armazenagem no MT, os preços dos grãos tendem a ser menores no 2º sem/23, o que pode melhorar a relação de troca do pecuarista (sacas/@), segundo o IMEA. Tanto os custos de nutrição, quanto da reposição de animais estão em queda no decorrer de 2023. Isso tende a favorecer a engorda em sistema de confinamento na segunda metade do ano, sendo a maior parte destinada ao mercado externo.
O pagamento de salários no início do mês e o feriado podem estimular o consumo interno de carne bovina e melhorar a reposição entre o varejo e o atacado, que seguem em ritmo lento. Entretanto, deve-se considerar o recuo no preço das proteínas concorrentes, fato que pesa na escolha do consumidor, que tende a migrar para a fonte de proteína mais barata, como a carne de frango e suína.
Embora o cenário aponte para um valor enfraquecido da arroba, o período de transição entre a safra e a entressafra, quando diminui a oferta de animais terminados, pode trazer uma reação, de forma contida, no preço do boi gordo, uma vez que há a possibilidade de os frigoríficos encontrarem dificuldade em recompor suas escalas de abate, podendo refletir em reajustes nos valores pagos pela arroba.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!