Listen

Description

Olá! Hoje é segunda-feira, 13 de Março, meu nome é Daniela Rodrigues da Costa , assessora na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.

Iniciamos nosso panorama pela soja.
O mercado processará os dados do relatório de oferta e demanda do USDA, principalmente, relacionados com a quebra da safra da ARG e seu impacto na oferta global de farelo e óleo de soja. A colheita de soja no Brasil deverá ganhar ritmo no Centro-Sul com a previsão de menos chuva, com destaque para o PR e MS. Na região Centro-Norte, chuvas volumosas estão previstas e devem trazer problemas à colheita no MATOPIBA. Para a ARG, o cenário segue com chuvas pontuais e com baixos volumes, sem perspectivas de melhoras nas condições das lavouras.
Ressaltamos a diminuição da produção total estimada pelo USDA para 375,15 milhões de toneladas na Safra 22/23, que já reflete no estoque final que foi ajustado para 100,10 milhões de toneladas. Esses números dão fôlego às cotações até a entrada da safra 23/24 norte-americana, que tem uma projeção de área de 35,41 milhões de hectares, podendo melhorar a oferta do grão. Para essa semana, as cotações irão acompanhar o ritmo de importação da China, que deverá aproveitar a grande oferta do Brasil. Assim, o mercado tenderá a seguir com viés de baixa para o curto e médio prazo.

Em relação ao milho,
Com três semanas de baixas consecutivas, as cotações externas poderão ter uma semana de leve valorização, com fundos se posicionando diante da recente queda nos preços. Com a aproximação do encerramento do acordo de escoamento de grãos pelo Mar Negro, que vencerá em 18 de março, a depender das tratativas desta semana, novas volatilidades não estão afastadas.
Na semana passada, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu a estimativa de produção de milho na Argentina, atualizada para 37,5 mi t. No dia 08/03, o USDA reduziu mais 7 mi t, indicando agora a produção em 40 mi t. A quebra de safra no país vizinho e previsões de clima quente e seco para os próximos dias podem trazer suporte às cotações internas.
No Brasil, o plantio do milho 2ª safra apresenta atraso em relação ao mesmo período do ano passado. Em importantes estados produtores, como Paraná e Mato Grosso do Sul, parte da safra deverá ser semeada fora da janela ideal, ocasionando maior risco climático dada à exposição à possível estiagem e geada, fato que poderá trazer estabilidade e suporte aos preços internos.


Para o café,
As exportações de café da Colômbia reduziram em fevereiro, o que pode resultar em uma oferta global mais apertada e apoiar os preços do café. O estoque baixo de arábica é fator altista. As previsões de déficit do mercado de café robusta em 2023/24 associado aos baixos estoques na ICE Londres dão suporte à cotações mais elevadas da variedade no curto prazo. O mercado futuro do café arábica tende a continuar operando no negativo na Bolsa de NY, com oscilações rápidas e constantes, explicadas pelos interesses de curto prazo de especuladores e fundos de investimentos. A comercialização continuará lenta e o mercado invertido, com o presente valendo mais que o futuro, o que tende a limitar os negócios.
Os resultados oficiais das exportações brasileiras, que apresentam previsões de queda em relação aos meses anteriores, podem elevar a volatilidade, tanto no mercado interno quanto externo. Entretanto, mantêm-se perspectivas de estabilidade com tendência de baixa a curto e médio prazos. Os próximos números divulgados pelo Cecafé serão determinantes para o mercado nos próximos dias.
A variação cambial também é um fator importante a ser acompanhado nas próximas semanas.

E finalizando com o Boi Gordo ressaltamos que:
Havia forte expectativa quanto a retomada das compras chinesas nos próximos dias, porém esse retorno não tem data definida, haja vista que, após reunião ocorrida no dia 07/03 entre o governo brasileiro e a Administração Geral de Alfândegas da China, não houve indicação clara de quando as exportações seriam reestabelecidas. Quanto mais tempo levar até a reabertura deste importante mercado consumidor, maior será o prazo para a regularização dos embarques nos próximos meses.
Importante ressaltar que os resultados das exportações ocorridas em fevereiro/23 não refletem o caso da EEB. Assim, há preocupação também no fato de que valores e contratos poderão ser revistos, ocasionando recuos significativos em preços e volume a serem exportados. As Indústrias tendem a buscar manter a pressão de baixa na cotação da @, tendo como contexto o problema envolvendo o caso atípico de vaca louca, que ainda impede os embarques da proteína para a China. No entanto, algumas indústrias já estão com escalas curtas e devem ofertar melhores valores, que somado às boas condições das pastagens em algumas regiões, que permitem ao pecuarista reter o gado, podem sustentar os preços da @ no curto prazo.

Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!